São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

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Armas da PM não serão examinadas

DA AGÊNCIA FOLHA

Apesar de as duas mortes resultantes da desocupação do Parque Oeste Industrial, na madrugada de terça, terem sido no lado dos sem-teto, a Polícia Civil de Goiânia informou que, a princípio, não enviará as armas dos policiais militares para análise.
O Instituto de Criminalística está com a bala retirada do corpo de um dos mortos no conflito com a PM. O delegado Waldir Soares enviará para perícia apenas as 15 armas apreendidas entre os sem-teto. De acordo com ele, as usadas pela PM só serão verificadas caso algum depoimento lance suspeita sobre a ação policial.
Até ontem, o instituto aguardava uma requisição oficial da polícia ou do Ministério Público para fazer o exame que determina o calibre da bala e de que arma ela partiu. O delegado afirmou que encaminhou o ofício ontem.
Os dois sem-teto mortos foram identificados por parentes. O gesseiro Wagner da Silva Moreira, 21, e o comerciário Pedro Nascimento da Silva, 24, foram mortos com tiros no peito e no abdômen, respectivamente.
A bala que será analisada foi a que matou Moreira. A que atingiu Silva não foi encontrada. De acordo o IML, os dois corpos não apresentavam outros sinais de violência.
Pessoas que acompanharam o velório disseram que o rosto do gesseiro estava bastante ferido. "Esfregaram o rosto dele no chão", afirmou uma amiga.
Segundo Teixeira, anteontem foram feitas cerca de cem perícias por lesões corporais no 7º Batalhão da PM, local para onde foram levados 800 sem-teto detidos.
Ele disse que 98% dos laudos identificaram lesões corporais leves, causadas por objeto contundente. Houve um caso de sem-teto ferido por tiro de raspão.
Quatro policiais militares também ficaram feridos, segundo informações da própria PM.
(LUÍSA BRITO E SÍLVIA FREIRE)


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