São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EFEITO VIOXX

Merck diz que inibidores de COX-2 estão sob suspeita durante painel da agência de fiscalização americana; Pfizer rebate

Laboratórios divergem sobre segurança de remédio

DA REUTERS

Os laboratórios farmacêuticos concorrentes Pfizer Inc. e Merck & Co. Inc. apresentaram pontos de vista conflitantes sobre o riscos de seus analgésicos a especialistas que participam de um painel sobre a segurança das drogas organizado pela FDA, a agência norte-americana responsável pela fiscalização de alimentos e remédios.
A Merck informou que outros remédios da classe do seu produto Vioxx, conhecida como inibidores de COX-2, também aumentam os riscos de problemas cardiovasculares.
A Pfizer respondeu que problemas como ataque cardíaco e derrames relatados em pacientes que utilizaram Vioxx manifestam-se de maneira distinta na classe dos inibidores de COX-2. O laboratório comercializa dois medicamentos da classe, Celebra e Bextra. "Os riscos podem ser diferentes entre os componentes da classe", afirmou Kenneth Verburg, vice-presidente da Pfizer.
A Merck retirou voluntariamente seu medicamento Vioxx do mercado após um estudo que mostrou que a droga dobrou o risco de ataque cardíaco e derrame em pacientes que a utilizaram por no mínimo 18 meses.
Após a retirada do Vioxx do mercado, cresceram as suspeitas também sobre o Celebra e o Bextra e sobre antiinflamatórios tradicionais como o naproxeno.
No painel que termina hoje, o FDA consulta dois comitês de especialistas independentes para saber se o Celebra e o Bextra oferecem benefícios suficientes para continuar no mercado, se necessitam de avisos mais incisivos sobre os seus riscos e quais pesquisas serão necessárias no futuro.

Arcoxia
O estudos disponíveis apontam fortemente que toda a classe de inibidores de COX-2 pode causar problemas cardiovasculares, afirmou ao FDA Ned Braunstein, um dos diretores da Merck.
Apesar disso, a Merck continua tentando aprovar um outro inibidor de COX-2 nos EUA, chamado Arcoxia, já aprovado em 51 países, entre eles o Brasil. A empresa informou que os pacientes norte-americanos necessitam de novas alternativas de analgesia.
Os dois laboratórios destacaram que pouco se sabe sobre a segurança cardiovascular dos analgésicos mais antigos, o que torna difícil saber se são mais seguros.


Texto Anterior: Para bispo, ação quer "encurralar CNBB na sacristia"
Próximo Texto: Panorâmica - Violência: Após ficar três dias em cativeiro, comerciante consegue escapar de seqüestradores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.