São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

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TRÂNSITO

Laudo do IPT aponta a necessidade de estender a reforma das galerias de águas pluviais a mais 240 metros de via

Rebouças só deve ser liberada no 2º semestre

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

As interdições no trânsito do corredor Eusébio Matoso/Rebouças já não têm nem mais prazo para acabar em razão da reforma nas galerias de águas pluviais na região do túnel sob a Faria Lima, cujo término dificilmente se dará neste primeiro semestre de 2005.
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), recebeu ontem um novo laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que aponta a necessidade de reconstrução das tubulações num trecho de mais 240 metros, entre a rua Diogo Moreira e a av. Brig. Faria Lima, que também será alvo de bloqueios parciais ao tráfego e no qual foram constatadas deformações por conta da utilização de material plástico, sem resistência, em vez de concreto -havendo, assim, ameaça de se romper.
Uma falha classificada por Serra de "elementar", "inacreditável". A obra foi contratada pela administração Marta Suplicy (PT) com prazo contratual até meados de 2005, mas teve sua entrega em setembro de 2004, depois de causar bloqueios no trânsito por mais de oito meses. O tucano vê "finalidades puramente eleitorais".
A inundação em dia de chuva do túnel recém-inaugurado levou Serra a formar uma equipe de técnicos para avaliar os sistemas de drenagem. Ontem à tarde, quando dava entrevista sobre as novas obras, a chuva levou a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a bloquear mais uma vez a entrada na passagem subterrânea.
Um trecho de cem metros da av. Eusébio Matoso já começou a ter sua galeria de águas pluviais reformada há um mês, mas não deve ser concluído antes de duas ou três semanas, segundo Antônio Arnaldo, secretário de Infra-Estrutura e Obras. Ele afirma que a segunda etapa do conserto, em mais 240 metros da via, não deve demorar menos de 90 dias.
O cronograma ainda será divulgado pela gestão tucana, mas Vitor Aly, diretor de obras da Emurb (empresa responsável pela construção do túnel), já considera esse prazo "muito difícil" de ser atingido. "Essa seria uma situação ideal, mas eu não arriscaria menos de 120 dias", afirma.
Além dessa expectativa pessimista para a reforma dos problemas já detectados, que está sendo feita de dia devido a reclamações de moradores, as interdições no eixo Eusébio Matoso/Rebouças dificilmente irão acabar neste semestre até porque ainda será concluído um relatório do IPT sobre um terceiro trecho, entre a Faria Lima e a Pedroso de Moraes, que, diz Arnaldo, "provavelmente" também vai requerer obras.
"O custo da galeria não chega a 2% do valor da obra. Era uma obra simples, marginal, que está trazendo todo esse problema."

Rotas alternativas
Desde que as reformas nas galerias pluviais em cem metros da via começaram, há um mês, os carros são obrigados a se espremer num espaço de 5,7 metros, 3,4 metros a menos que a situação normal, já que a faixa exclusiva dos ônibus foi interrompida para as obras.
As interdições para a continuidade do conserto, a partir do mês que vem, serão semelhantes às atuais, mas devem abranger um trecho maior, próximo de 200 metros, entre a Diogo Moreira e a Faria Lima -e as obras serão desviadas da pista central para a lateral, no sentido centro-bairro.
O presidente da CET, Roberto Scaringella, afirma que a situação do trânsito deve ficar mais complicada do que no último mês em razão da volta às aulas. Ele recomenda que os motoristas evitem a área e utilizem trajetos alternativos pelas pontes Cidade Jardim e Cidade Universitária.
O secretário Antônio Arnaldo afirmou que também será feita a construção de uma grande sarjeta na av. Rebouças, na altura da Pedro de Moraes, para evitar a entrada de água no túnel. A obra será realizada no feriado da Páscoa.
Segundo ele, também será feita uma avaliação do túnel da av. Cidade Jardim. O prefeito disse ontem que não havia recursos suficientes nas operações urbanas para bancar as obras dos túneis.


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