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Gestão Kassab afirma que não interfere no conselho
Secretaria da Educação não falou sobre a falta de estrutura para vistoria da merenda
Coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar diz que conselheiros devem avisar o governo federal sobre problemas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Educação da
gestão Gilberto Kassab (DEM)
informou, por nota, que "reputa como muito importante" a
atividade do CAE (Conselho de
Alimentação Escolar) para a
fiscalização da merenda, mas
que a prefeitura "não tem influência nenhuma" no cronograma de vistorias do órgão até
por ele ser independente.
A pasta alega, porém, que há
"outros mecanismos de fiscalização da merenda" além do trabalho do CAE. Diz que em 2006
foi criada a supervisão da merenda e que há 13 Diretorias
Regionais de Educação -cada
uma com nutricionista, cogestora e estagiárias treinadas.
A pasta disse ainda que "outro mecanismo de fiscalização
está nas diretorias das escolas"
e que em 2008 foram feitas 83
autuações com base nos relatórios desses servidores.
A secretaria não atendeu ao
pedido de entrevista da Folha
para falar, inclusive, da falta de
infraestrutura alegada por alguns integrantes do CAE -como inexistência de sala exclusiva e de telefone.
Albaneide Peixinho, coordenadora-geral do Pnae (Programa Nacional de Alimentação
Escolar), ligado ao Ministério
da Educação do governo Lula
(PT), disse não ver problemas
no regulamento do CAE que
pudessem prejudicá-lo.
Ela afirma que, embora os
conselheiros não sejam remunerados, boa parte dos representantes do órgão é ligada ao
poder público (como os professores) e deve ser dispensada
para a realização de vistorias.
Albaneide também afirmou
que cabe ao CAE denunciar ao
governo federal a eventual falta
de infraestrutura para seu funcionamento porque essa é uma
responsabilidade das prefeituras ou Estados. "Quando as reclamações chegam, tomamos
as providências legais", diz ela.
Os relatórios do CAE enviados à União servem de base para a liberação ou recusa de repasses federais à merenda.
Albaneide considera que a
realização de somente três vistorias de escolas pelo CAE paulistano em 2008 é "muito pouco" e incompatível com uma cidade do porte de São Paulo.
"Por exemplo, como vai saber se determinado cardápio
está sendo fornecido de forma
adequada sem ir até lá ver?",
exemplifica a coordenadora.
(ALENCAR IZIDORO)
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