São Paulo, Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 1999
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CARNAVAL
Escola ganha passando sem erros, mas também sem empolgar o público; tática foi repetida pela vice, a Beija-Flor
Desfile de resultado dá título à Imperatriz

Rosane Marinho/Folha Imagem
Integrantes da Imperatriz comemoram a vitória na quadra da escola


FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

A Imperatriz Leopoldinense foi a campeã dos desfiles das escolas de samba do Rio, consagrando novamente o "Carnaval de resultados": desfile sem erros técnicos, mas sem empolgação.
A Mocidade Independente de Padre Miguel, escola que saiu do Sambódromo aclamada aos gritos de "campeã", ficou em quarto lugar. A Beija-Flor ficou em segundo, perdendo para a Imperatriz por meio ponto.
A Viradouro, considerada uma das favoritas, ficou em terceiro lugar, e o Salgueiro, em quinto.
O enredo da Imperatriz relembrava a obra de pintores holandeses trazidos ao Brasil por Maurício de Nassau durante o domínio holandês em Pernambuco.
A escola foi a última a desfilar na segunda-feira. Os carros e fantasias luxuosos repetiam o padrão da carnavalesca Rosa Magalhães, adepta dos temas históricos.
Não houve erros de evolução, não houve correria nem buracos entre as alas. Pelo contrário, a escola teve que parar na avenida para não fazer um desfile com menos tempo que os 65 minutos regulamentares. O público, porém, mal se mexia nas arquibancadas.
A vitória de ontem foi a repetição do campeonato de 1994, quando a Imperatriz passou sem emocionar, mas acabou vencendo na base da perfeição técnica. Em 1995, levou o bicampeonato.
"Fizemos um desfile que tem a nossa cara. Não emocionou, mas não teve erros. A Imperatriz não tem torcida, não tem mídia. Nossa quadra é longe e problemática. Mas, se cada um faz a sua parte, não tem mistério. A decisão foi na base do erro dos outros", disse o presidente da Imperatriz, Wagner Araújo.
A escola só levou um 9,5 no quesito alegorias e adereços e recebeu 26 notas 10. A Beija-Flor, com a homenagem à cidade mineira de Araxá, foi a segunda colocada. Recebeu duas notas 9,5 em harmonia e evolução, fechando os demais quesitos com 10.
O padrão técnico criado pela Imperatriz começa a dar resultados também para outras escolas. Foi assim que a Beija-Flor ficou em primeiro lugar no ano passado, junto com a Mangueira, e conseguiu ficar em segundo neste ano.
O desfile sobre a vida de Anita Garibaldi feito pela Viradouro mereceu cinco notas 9,5.
A Mocidade Independente, apontada como favorita depois da explosão tropicalista para contar a obra de Villa-Lobos, teve três notas destoantes da sucessão de 10: um 9,5 para mestre-sala e porta-bandeira, um 7,5 por alguns erros de evolução e um 9,5 para a bateria que mais animou o Sambódromo.
A Mangueira, que fez um desfile emocionante, mas com erros de evolução e pouca criatividade nas fantasias, ficou em sétimo lugar. Não desfilará no sábado junto com as cinco primeiras colocadas.
A São Clemente e o Império Serrano foram as últimas colocadas. No ano que vem, serão substituídas no Grupo Especial pela Unidos da Tijuca e pela Porto da Pedra, respectivamente campeã e vice do Grupo de Acesso.


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