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São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2003

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Suspeitos teriam rondado o fórum de Prudente

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

A Polícia Civil de Presidente Prudente já possui relatos de testemunhas, entre elas funcionários do próprio fórum da cidade, de que um dos dois homens suspeitos (cujos retratos falados circulam pelo Estado) pela morte do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias tinha o hábito de "circular estranhamente" em torno do fórum nas últimas semanas.
A informação foi passada à Agência Folha por pessoas que estiveram reunidas ontem na sede da Polícia Civil da cidade com a delegada Ieda Maria Cavalli, responsável pelas investigações. Passaram por lá policiais federais, juízes e promotores públicos.
A Polícia Civil de Presidente Prudente, dizendo estar recebendo ordens da Segurança Pública do Estado, não quis falar sobre o andamento das investigações.
Segundo a delegada da Polícia Federal, Lúcia Machado Castralli, os 24 policiais do Comando de Operações Táticas permanecerão no município até o término das investigações. "Estamos dando apoio nas tarefas que a Polícia Civil têm dificuldade ou deficiência. Por enquanto não existe a necessidade de reforço", disse.
O juiz Machado Dias apreciava cerca de 5.000 pedidos de benefícios para presos por ano, segundo o procurador do Estado Mohamed Ali Sufen Filho. O procurador coordena a assistência jurídica gratuita em seis presídios da região de Presidente Prudente.
A "maioria" dos pedidos analisados pelo juiz, entre concessões de regime semi-aberto e progressões de pena, eram negados, de acordo com relato do procurador.
No entanto, ressalta Sufen Filho, esse procedimento é comum entre juízes-corregedores e não seria o motivo para o assassinato.
"O doutor Machado Dias tinha personalidade própria, era um juiz que cumpria a lei, seguia normas", disse o procurador, que é responsável pela análise dos recursos dos presos depois que seus pedidos são negados.

Beira-Mar
Os advogados do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, entraram com mandado de segurança no STJ (Superior Tribunal de Justiça) na tentativa de que ele deixe o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP) e volte à penitenciária de Bangu 1.
O ministro Gilson Dipp, designado relator do mandado de segurança, examinará pedido de liminar. Os advogados de Beira-Mar argumentam que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, só poderia ter autorizado a transferência após ouvir a Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, o que não teria ocorrido.
Segundo os advogados Lydio Hora Santos, Wellington Costa Jr. e Marco Aurélio Santos, a transferência foi decidida em reunião política em que estavam presentes, entre outros, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, e o ministro da Defesa, José Viegas.


Colaborou a SUCURSAL DE BRASÍLIA


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