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Crime intencional, pelo projeto do presidente do Senado, teria pena que variaria de 20 a 40 anos de prisão
Sarney propõe mais rigor contra homicídio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), apresentou
ontem projeto de lei ampliando a
pena de reclusão prevista no Código Penal para o homicídio doloso (12 a 30 anos) para o mínimo
de 20 anos e o máximo de 40 anos.
O homicídio é considerado doloso quando se identifica a intencionalidade de matar.
""Os diários assassinatos de policiais, os repetidos homicídios
contra membros do Ministério
Público e, ultimamente, contra os
próprios juízes, tornaram-se hoje
uma afronta ao Estado de Direito.
A sociedade clama por severidade
nas punições, libertando-se o direito penal do antigo romantismo
de sanções que estimulam o aumento dos delitos violentos", disse o senador Sarney na justificativa do seu projeto.
A legislação atual
A sanção prevista hoje para o
homicídio qualificado (artigo 121)
é de 12 a 30 anos. Para o homicídio comum, de seis a 20 anos. Para o peemedebista, há uma evidente ""contradição técnica".
""Isto quer dizer que a lei penal
admite pena menor para um homicídio qualificado quando fixa a
sanção mínima em 12 anos, ao lado do limite de 20 anos para o homicídio comum", afirmou.
Segundo ele, a pena mínima do
homicídio qualificado deve ser fixada a partir da máxima estabelecida para o homicídio comum.
O problema da criminalidade
foi debatido ontem no plenário
do Senado. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), afirmou que o
Congresso tem de ""declarar guerra" contra o crime organizado, e
defendeu a decretação de estado
de defesa no Rio de Janeiro.
O que é estado de defesa
O estado de defesa pode ser decretado pelo presidente da República, segundo a Constituição,
"para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública
ou a paz social ameaçadas por
grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções
na natureza".
Durante a vigência do decreto,
podem ocorrer restrições aos direitos de reunião, sigilo de correspondência e sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.
Para o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP), o traficante Fernandinho Beira-Mar deve ser transferido para o Distrito Federal, onde
teria de ser construído um presídio para crimes federais de alta
periculosidade.
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