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Pedetista quer implantação de prisão perpétua
OTÁVIO CABRAL
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara, deputado Enio Bacci
(PDT-RS), tem projetos em
tramitação propondo a implantação da prisão perpétua e
o rebaixamento da maioridade
penal para 16 anos.
Empossado na semana passada, Bacci já contrariou o PT
logo na primeira reunião ao defender que a comissão pare de
ser notabilizada pela proteção a
"bandidos, criminosos e presidiários" e passe a priorizar a
defesa das "vítimas de violência e policiais".
"Há uma imagem distorcida
da comissão, de só se preocupar com criminosos e presidiários. Essa não deve ser a prioridade. Vamos incluir outros temas na agenda, como a defesa e
indenização de parentes de vítimas e cursos de direitos humanos para policiais", afirma.
A comissão tem um tradicional predomínio do PT. Já passaram pela presidência o secretário de Direitos Humanos,
Nilmário Miranda (MG), o vice-prefeito paulistano, Hélio
Bicudo, o prefeito de Goiânia,
Pedro Wilson, e o atual líder do
PT, Nelson Pellegrino (BA).
O presidente anterior, Orlando Fantazzini (PT-SP), priorizou a investigação de denúncias de tortura contra presidiários. No ano passado, foi três
vezes a Rondônia apurar a
morte de presos na penitenciária Urso Branco.
Em 1997, Bacci apresentou
projeto que prevê a prisão perpétua com trabalhos forçados
para condenados por sequestro seguido de morte e estupro
seguido de morte.
Por mexer em uma cláusula
pétrea da Constituição, a proposta teria que ter aprovação
popular por plebiscito ou referendo. O pedetista acha que a
adoção dessa pena reduziria a
criminalidade, pois "os criminosos pensariam duas vezes
antes de matar um inocente".
Bacci se diz contra a pena de
morte. "Um erro judicial que
custasse a vida de um inocente
sacrificaria todas as justificativas de defesa da penalidade."
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