DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de revitalização da zona leste anunciado pela prefeita Marta Suplicy prevê também melhoramentos na malha viária e mudanças no perfil das habitações. Esses instrumentos estão previstos na Operação Urbana Rio Verde-Jacu, projeto de lei enviado ontem à Câmara.
A operação favorece a verticalização da região, que hoje é ocupada predominantemente por casas e com poucas áreas permeáveis.
A operação exigirá que as novas obras deixem 75% da área livre como terreno permeável, ou seja, essa área não poderá ser cimentada ou usada para garagens. Para as construções industriais e de habitação popular não será exigida a outorga onerosa -valor cobrado para construir acima do permitido na lei de zoneamento.
Com a operação urbana e os primeiros investimentos públicos em andamento, o setor imobiliário deverá se aquecer na região, na avaliação de Eduardo Della Mana, diretor do Secovi (sindicato das construtoras e imobiliárias).
"O setor imobiliário vai atrás de equipamentos públicos ou de uma infra-estrutura instalada. Então, acho que as ações vão fortalecer uma tendência de crescimento imobiliário."
"Há 25 anos esperamos esse projeto. Tem que ser uma coisa positiva em uma região que possui muitas deficiências", afirma Alessandra Almeida da Silva, presidente de uma associação que reúne 55 indústrias de Itaquera.
O otimismo, porém, não é unânime. Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Distrital Leste, Paulo Cato, haverá um impacto negativo para as pequenas e médias empresas, que deveriam receber as mesmas isenções dos investimentos de grande porte. Cato diz que a expansão da indústria na região não irá ocorrer com medidas localizadas, pois depende de uma política nacional.


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