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SAÚDE NA UTI
Prefeitura descumpriu ordem judicial de repor estoque, diz governo federal; prefeito diz querer facilitar ação de interventor
Kit de sangue só dura 1 dia em hospital do Rio
FABIANE LEITE
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério da Saúde informou ontem que o estoque de kits
de exames de sangue do maior
hospital de urgências da América
Latina, o Souza Aguiar, no centro
do Rio, acabará em 24h. Segundo
a pasta, a administração Cesar
Maia (PFL) descumpriu ordem
judicial obtida pelo ministério anteontem para manter as unidades
sob intervenção federal -entre
elas o hospital- abastecidas.
Hoje o ministério deve informar
a Justiça sobre o descumprimento. O coordenador do grupo de
intervenção, Sérgio Côrtes, não
soube dizer a quais medidas judiciais a prefeitura estará sujeita.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o envio dos
kits depende de uma requisição
formal do ministério. A secretaria
informou ainda que isso é um
procedimento normal nas unidades do município. O ministério
contesta e diz que o abastecimento do item deve ser contínuo, sem
necessidade de requisição.
Pela ausência de um sistema informatizado, o grupo de intervenção diz não ter como precisar os
dados, mas estima que o Souza
Aguiar faça 70 mil exames laboratoriais por mês, a maioria deles
testes de sangue. O hospital realiza 2.200 atendimentos de pronto-socorro por dia e de 2.500 a 3.000
internações por mês.
Os kits são insumos que permitem saber várias informações sobre o paciente por meio do exame
do sangue. "Isso nos leva a uma
situação extremamente grave",
disse Côrtes ontem. Segundo ele,
só havia estoque ainda porque o
Into (Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia, uma das unidades federais que coordena a intervenção) enviou parte de seus kits
para o Souza Aguiar.
"Minha única preocupação é
com a qualidade de vida da população do Rio. Neste sentido atuo.
Pense bem: se há um gestor novo,
porque não deixá-lo à vontade
para trabalhar com sua equipe?",
respondeu ontem o prefeito Cesar
Maia ao ser questionado se as medidas referentes às unidades sob
intervenção não comprometem
seu futuro político.
Os três únicos hospitais de campanha das Forças Armadas serão
montados no Rio para realizar
atendimentos ambulatoriais e desafogar os hospitais, informou
Côrtes. Também foram disponibilizados 27 leitos em hospitais
das Forças Armadas no Rio.
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