São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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ANÁLISE

Solução está no uso de imóveis ociosos

VICTOR CHINAGLIA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O processo de urbanização que ocorreu no Brasil é decorrente da forte industrialização iniciada nas décadas de 1940 e 1950 e da brutal concentração de terras rurais com o desmantelamento da agricultura familiar, principalmente após a vigência do Estatuto da Terra e a proletarização do campo.
Hoje vivemos na megametrópole paulista formada pelas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, mais maciços urbanos de Sorocaba e São José dos Campos. São 28 milhões de habitantes responsáveis por 80% do PIB do Estado e 27% do nacional, sendo 5,6 milhões morando em favelas.
A cidade de São Paulo tinha no ano passado 1.565 favelas, 1.152 loteamentos irregulares e 1.885 cortiços. A população das favelas tem um crescimento vegetativo de 4%, quando no resto da cidade é de 2%.
A Vila Mariana, região próxima à rua Vergueiro, abriga dez favelas -a primeira, de 1945, na rua Coronel Luis Alves. Outras tantas encontram-se nas encostas da avenida 23 de Maio e em espaços entre prédios.
Soluções existem. A cidade de São Paulo possui 400 mil imóveis desocupados entre casas e edifícios -só na região central são 150 prédios vazios.
A aplicação do Estatuto da Cidade e do instrumento do IPTU progressivo podem acionar os proprietários a aderirem ao programa habitacional de reocupação da região central.
O professor Joaquim Guedes citava: as cidades não são as causadoras dos problemas brasileiros, mas as soluções para o Brasil. Só basta sabermos quais cidades nós queremos.


VICTOR CHINAGLIA , arquiteto e conselheiro superior do Instituto de Arquitetos do Brasil


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