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ANÁLISE
Solução está no uso de imóveis ociosos
VICTOR CHINAGLIA
ESPECIAL PARA A FOLHA
O processo de urbanização
que ocorreu no Brasil é decorrente da forte industrialização
iniciada nas décadas de 1940 e
1950 e da brutal concentração
de terras rurais com o desmantelamento da agricultura familiar, principalmente após a vigência do Estatuto da Terra e a
proletarização do campo.
Hoje vivemos na megametrópole paulista formada pelas
regiões metropolitanas de São
Paulo, Campinas e Baixada
Santista, mais maciços urbanos
de Sorocaba e São José dos
Campos. São 28 milhões de habitantes responsáveis por 80%
do PIB do Estado e 27% do nacional, sendo 5,6 milhões morando em favelas.
A cidade de São Paulo tinha
no ano passado 1.565 favelas,
1.152 loteamentos irregulares e
1.885 cortiços. A população das
favelas tem um crescimento vegetativo de 4%, quando no resto da cidade é de 2%.
A Vila Mariana, região próxima à rua Vergueiro, abriga dez
favelas -a primeira, de 1945, na
rua Coronel Luis Alves. Outras
tantas encontram-se nas encostas da avenida 23 de Maio e
em espaços entre prédios.
Soluções existem. A cidade
de São Paulo possui 400 mil
imóveis desocupados entre casas e edifícios -só na região
central são 150 prédios vazios.
A aplicação do Estatuto da
Cidade e do instrumento do IPTU progressivo podem acionar
os proprietários a aderirem ao
programa habitacional de reocupação da região central.
O professor Joaquim Guedes
citava: as cidades não são as
causadoras dos problemas brasileiros, mas as soluções para o
Brasil. Só basta sabermos quais
cidades nós queremos.
VICTOR CHINAGLIA , arquiteto e conselheiro
superior do Instituto de Arquitetos do Brasil
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