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AVIAÇÃO
Uma das hipóteses é cobrar pelas bebidas alcoólicas servidas nos aviões
Brasil espera decisão mundial antes de regular álcool em vôo
ALESSANDRA BLANCO
da Reportagem Local
A decisão sobre a proibição do
consumo de álcool em aviões ou a
venda de bebidas com intuito de
reduzir o consumo durante os
vôos ainda pode levar anos e só deverá ser tomada após uma decisão
internacional sobre o assunto.
A informação é de Ronaldo Jenkins, coordenador da Comissão de
Segurança de Vôo do Sindicato
Nacional das Empresas Aéreas.
Jenkins foi o representante do
sindicato na reunião em que o assunto foi debatido, ocorrida no início do mês. O encontro reuniu ainda DAC (Departamento de Aviação Civil), Polícia Federal, Infraero, 19 empresas aéreas e um membro da Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional, órgão do Ministério da Aeronáutica responsável por acordos
de aviação com outros países.
Uma dose de uísque a 8.000 pés
de altura (cerca de 2.400 metros)
provoca efeito equivalente a três
doses no nível do mar. Desde que o
fumo foi proibido nos vôos, o consumo de bebidas alcoólicas aumentou e, com ele, o número de
"passageiros inconvenientes".
São considerados inconvenientes aqueles que apresentam comportamento agressivo, autoritário
e fazem investidas sexuais contra
comissários de bordo.
A recomendação para limitar o
álcool dentro de aviões partiu da
Organização Internacional de
Aviação Civil, que serve como referência para 190 países.
Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, que
reúne as maiores empresas do
mundo, desde 1995, houve um aumento de 400% no número de casos envolvendo "passageiros inconvenientes", o que leva a 2.000
casos por ano no mundo.
O Comitê de Aviação do Senado
dos EUA começou a ouvir em 98
testemunhos de comissárias agredidas por passageiros. Só em 97,
foram 921 incidentes, sendo 207
agressões físicas. Uma comissária
chegou a ter a bacia quebrada, outra foi espancada e quase jogada
pela porta de compartimento.
No Brasil, não há estatísticas,
mas, segundo o Sindicato Nacional
de Empresas Aéreas (Snea), 0,1%
dos passageiros apresentam comportamento inconveniente. Destes, 60% têm relação com álcool.
Na primeira reunião foram levantadas três sugestões: a proibição total do consumo durante
vôos, a limitação a um ou dois copos por passageiro e a cobrança da
bebida.
"A limitação é complicada. Além
de ser agressiva, é difícil de controlar porque o passageiro ao lado pode pegar um copo e passar para o
seu vizinho", disse Jenkins.
Cobrar pela bebida -como já fazem algumas empresas nos
EUA- seria a alternativa mais
plausível. Mas, segundo Jenkins, o
Brasil deverá aguardar orientações
de órgãos internacionais e não tomará uma decisão sozinho, por isso, é um processo demorado.
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