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Promotor foi sócio de filho de bicheiro
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
O promotor José Carlos Blat, um
dos responsáveis pela investigação
da máfia dos fiscais, admitiu ontem que foi sócio de um bar com
um dos filhos do maior banqueiro
do jogo do bicho em São Paulo, Ivo
Noal, mas que a investigação do
caso não passará por nenhuma alteração.
A informação faz parte de um
dossiê que está sendo preparado
nos gabinetes de vereadores acusados de envolvimento com o esquema de propinas nas administrações regionais.
O delegado Romeu Tuma Filho
também está sendo investigado
pelos acusados de integrar a máfia.
Blat foi sócio de Ivo Noal Filho, o
Ivinho, durante sete meses de 1987,
cinco anos antes de se formar em
direito pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e seis antes
de ingressar no Ministério Público.
A firma se chamava Miami Free
Shop Comércio Ltda. e funcionava
na rua Miami, no Brooklin, zona
sul de São Paulo.
"Meu pai, que tinha um restaurante ali perto na época, me colocou na sociedade. Eu trabalhava
para ele, pois estava com dificuldades de pagar a faculdade e havia
trancado o curso de direito", disse
o promotor.
Segundo o promotor, na época, o
filho do banqueiro do bicho não tinha o nome envolvido com as investigações sobre a contravenção.
"Eu odeio jogo e nunca vi o Ivinho fazer apostas na frente do meu
pai", disse Blat.
O promotor disse que já esperava
vir "chumbo grosso" por parte dos
acusados.
"Foi uma atitude covarde, um jogo odioso. Eles são porcos que chafurdam na lama. Em hipótese alguma eu deixo as investigações", afirmou Blat.
Anteontem, quando foi informado que parte do dossiê com a informação viria à tona, Blat comunicou o procurador-geral do Estado,
Luiz Antonio Marrey, que ontem
afirmou que o fato não desabona a
conduta do promotor.
"Todo o histórico dele é de absoluta seriedade. Não tenho nenhuma razão para perder a confiança
nele. De jeito nenhum vamos ceder
à chantagem da imundície", disse
Marrey.
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