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LEGISLATIVO
Medida, que foi aprovada por 50 votos a 1, deverá obrigar vereadores a reduzir salários ou o número de assessores
Câmara reduz em 40% gastos com gabinete
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 55 vereadores de São Paulo
terão de reduzir, em no mínimo
40%, a verba destinada a manter
os seus gabinetes. Projeto de autoria da Mesa Diretora foi aprovado
ontem, por 50 votos a 1. A redução
terá de ser feita até fevereiro do
próximo ano.
O projeto faz parte da reforma
administrativa da Câmara que
tem como objetivo reduzir os gastos com a manutenção do Legislativo. De acordo com o presidente
da Câmara, José Eduardo Cardozo (PT), o corte deve proporcionar uma economia de cerca de R$
30 milhões por ano na Casa, aproximadamente 14% do Orçamento
do Legislativo.
Segundo Cardozo, a maioria
dos vereadores, para conseguir
cumprir o valor estipulado, deverá diminuir salários dos assessores, cortar gratificações ou demitir funcionários. Cada um dos 55
vereadores pode ter até 21 assessores. A verba de gabinete também é usada para despesas como
telefone, correio e combustível.
Hoje, o custo médio de um gabinete na Câmara é de R$ 93 mil
mensais, mas alguns gabinetes
chegam a custar R$ 140 mil, com a
incorporação das gratificações
dos funcionários. Na Câmara dos
Deputados, cada gabinete tem um
custo mensal de, aproximadamente, R$ 32 mil.
O Ministério Público Estadual
vem investigando, desde dezembro passado, os gastos da Câmara
com a manutenção dos gabinetes.
Os vereadores aprovaram também uma emenda proposta pelo
colégio de líderes que institui uma
isonomia de gastos entre os gabinetes, que vão custar R$ 55,8 mil.
A medida pretende impedir que
vereadores mais antigos, que recebem uma verba maior (por causa das gratificações incorporadas), continuem a ter vantagens
sobre os mais novos.
O único vereador a votar contra
foi Wadih Mutran (PPB). Ele alega que também apresentou um
projeto de redução de gastos de
gabinete e, portanto, não poderia
votar a favor de outro.
Mutran afirma que o projeto de
sua autoria, que está passando pela avaliação das comissões permanentes da Câmara, propõe uma
diminuição de cerca de 30% nos
custos dos gabinetes, mas não
corta salários de assessores.
A emenda ao projeto prevê também a apresentação de um cronograma de cortes até 30 de junho. A
maior parte dos cortes deve acontecer até o final do ano, segundo
Cardozo. Ele afirma que pretende
contar com a assessoria da Fundação Getúlio Vargas para definir
esse cronograma.
Segundo o 1º vice-presidente da
Câmara, Paulo Frange (PTB), o
projeto também prevê a criação
de unidades administrativas que
controlem os gastos com despesas gerais dos gabinetes.
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