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Médicos condenam uso "recreativo"
DA COLUNISTA DA FOLHA
O Rivotril, de acordo com o psiquiatra Arthur Guerra, é um ansiolítico indicado para pacientes
com síndrome do pânico, crise de
ansiedade ou transtorno bipolar.
Usado sem acompanhamento
médico e por longos períodos,
causa dependência. Entre os efeitos colaterais mais comuns do remédio estão depressão, vertigem
e problemas respiratórios.
""Quando usado por um paciente que realmente precisa e receitado de maneira correta pelo médico, é um remédio eficiente", explica o psiquiatra Alexandre Saadeh.
"Nenhuma droga é recreativa.
Todas implicam efeitos colaterais
e possibilidade de vício", alerta.
Quando tomado após uso de
ecstasy, o remédio, diz, ""dá uma
chacoalhada no cérebro". ""Você
toma uma coisa que te acelera, depois outra que te acalma e fica em
"looping" sem fim."
No caso de mistura com álcool,
os efeitos colaterais são gravíssimos. ""Misturar Rivotril com bebida alcoólica é muito perigoso.
Um potencializa o efeito do outro.
Aumenta também o risco de dependência, tanto do remédio como do álcool", diz o psiquiatra.
De acordo com Guerra, misturar o ansiolítico com álcool é dar
um tiro no escuro. ""Você não sabe o que vai acontecer, se vai ter
uma crise de ansiedade, de nervosismo ou de depressão."
Segundo Saadeh, os usuários de
calmantes como drogas recreativas aprendem a fazer ""teatrinho
para os médicos". "É muito fácil
enganar psiquiatras. Os usuários
de calmantes sabem direitinho
que sintomas devem relatar para
conseguir a receita", conta.
Ainda assim, ele diz que alguns
médicos receitam muitos remédios. ""A pessoa tem consulta de
20 minutos e sai com receita na
mão. Isso é um absurdo."
Guerra concorda. ""O psiquiatra
virou um faz-tudo, uma pessoa
que cura todos os males", avalia.
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