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22 cursos de direito do país reduzem 14.372 vagas
A maior parte desse número, porém, corresponde a vagas não ocupadas
Foram alvos do MEC os cursos que obtiveram notas 1 e 2, numa escala de 1 a 5, no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes)
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após acordo com o Ministério da Educação, 22 cursos de
direito se comprometeram a
oferecer 14.372 vagas de ingresso a menos no próximo processo seletivo. A maior parte desse
número, porém, corresponde a
vagas que não haviam sido ocupadas no último vestibular:
apenas 15% delas, ou 2.162, estavam preenchidas.
Os cursos de direito no país
tinham 33,7% de suas vagas
ociosas em 2006, último ano
com dados disponíveis.
A redução de vagas faz parte
de um processo de supervisão
nos cursos de direito anunciado pelo MEC em setembro. Foram alvos da pasta os cursos
que obtiveram notas 1 e 2, numa escala de 1 a 5, no Enade
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), que avalia
o conhecimento dos alunos, e
no IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), que mede
o conhecimento agregado pelos
cursos aos estudantes.
Segundo o Ministério da
Educação, o corte não afetará
os alunos já matriculados nas
instituições que assinaram os
termos de compromisso, já que
ele valerá apenas para os próximos processos seletivos.
Em janeiro, 26 cursos já haviam se comprometido a cortar
6.323 vagas. De acordo com estimativa, à época, do secretário
de Educação Superior do MEC,
Ronaldo Mota, cerca de 3.600
(ou 57%) estavam ocupadas.
Nesta segunda leva de cortes,
realizada após visitas in loco de
especialistas, estão, entre outros, os cursos de direito oferecidos em sete cidades do Brasil
pela maior instituição particular do país em número de matrículas, a Unip (Universidade
Paulista). Ela vai cortar 61% das
17.480 vagas oferecidas nesses
cursos. No entanto, se forem
consideradas apenas as vagas
ocupadas, a tesoura atinge 10%
dos postos.
Estão na lista de cortes, ainda, a Universidade de Santo
Amaro, na capital paulista, e a
Universidade Camilo Castelo
Branco em seus campi em Fernandópolis e São Paulo.
O MEC também propôs uma
redução de vagas à Uniban, a
quarta maior universidade privada do país em número de matrículas, mas o termo de compromisso ainda não foi formalizado. A mesma situação ocorre
com outras 28 instituições, que
ainda aguardam visitas da comissão de especialistas montada pela pasta ou ainda não
apreciaram a proposta do
MEC.
O principal argumento do
Ministério da Educação a favor
do corte de vagas nas instituições com mau desempenho no
Enade é que ele reduz o número de alunos por professor. Os
termos de compromisso propostos pelo ministério prevêem ainda medidas como melhoria de infra-estrutura, contratação de professores e melhoria da titulação do corpo docente, entre outras.
Após um ano, a comissão fará
uma nova rodada de visitas para verificar se as medidas foram
implementadas pelas instituições. A supervisão na área de
direito atende uma reivindicação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
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