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Vírus não identificado mata casal em Santos
Pelo menos 5 pessoas foram contaminadas por doença respiratória desde março; secretário de Saúde diz que não há risco para população
21 pessoas que estiveram com infectados e tiveram sintomas semelhantes ficaram isoladas para prevenir disseminação
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos cinco pessoas foram contaminadas por uma
doença respiratória não identificada em Santos (a 85 km de
São Paulo), desde o mês passado. Um casal morreu.
A Secretaria da Saúde do município aguarda resultados de
amostras dos vírus que foram
enviadas ao Instituto Adolfo
Lutz -ligado ao Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde-,
em São Paulo, para determinar
os agentes virais.
Foram descartadas as hipóteses de que o vírus fosse influenza (gripe), hantavírus e
dengue, que já provocou epidemias na cidade litorânea.
O primeiro indício da doença
foi dado em meados de março
pelo filho do casal que morreu,
um jovem de 17 anos que trabalha na área portuária. Ele procurou o serviço médico alegando febre, dor de garganta e coriza, entre outros sintomas.
No dia 28 de março, sua mãe
foi internada após apresentar
os mesmos sintomas. Seu quadro evoluiu de forma rápida e
ela teve choque hemorrágico,
morrendo no dia seguinte.
A Secretaria da Saúde da cidade diz não saber se o que causou a primeira morte foi o vírus, já que a mulher foi enterrada sem a investigação porque
ainda não se suspeitava da existência de agente desconhecido.
Quanto ao marido, que morreu por causa de infecção no dia
5 de abril, o órgão municipal
confirma que ele fora infectado, mas não que essa tenha sido
a causa de sua morte.
Odílio Rodrigues Filho, secretário municipal de Saúde,
disse à Folha na quarta-feira
que não há risco para a população e que a secretaria trabalhou
para evitar qualquer problema.
"Fizemos um diagrama de
quem teve contato com a família. As 21 pessoas que estiveram
juntas com os infectados e tiveram sintomas semelhantes ficaram isoladas para prevenir a
disseminação do vírus. Em cinco das pessoas, identificou-se
uma estrutura viral semelhante, e exames irão mostrar qual é
esse vírus."
Houve ainda reuniões com
médicos de hospitais locais para orientá-los sobre como lidar
com possíveis contaminados.
Rodrigues Filho diz que não
necessariamente a doença tem
relação com o porto, já que
muitos trabalhadores do local
não foram infectados e não é
comum a "entrada" de vírus
por tripulações estrangeiras.
Os casos foram comunicados
ao Ministério da Saúde no dia 2
de abril, que emitiu uma nota
técnica informando sobre a investigação do caso.
Colaborou o "Agora"
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