São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Vírus não identificado mata casal em Santos

Pelo menos 5 pessoas foram contaminadas por doença respiratória desde março; secretário de Saúde diz que não há risco para população

21 pessoas que estiveram com infectados e tiveram sintomas semelhantes ficaram isoladas para prevenir disseminação

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos cinco pessoas foram contaminadas por uma doença respiratória não identificada em Santos (a 85 km de São Paulo), desde o mês passado. Um casal morreu.
A Secretaria da Saúde do município aguarda resultados de amostras dos vírus que foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz -ligado ao Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde-, em São Paulo, para determinar os agentes virais.
Foram descartadas as hipóteses de que o vírus fosse influenza (gripe), hantavírus e dengue, que já provocou epidemias na cidade litorânea.
O primeiro indício da doença foi dado em meados de março pelo filho do casal que morreu, um jovem de 17 anos que trabalha na área portuária. Ele procurou o serviço médico alegando febre, dor de garganta e coriza, entre outros sintomas.
No dia 28 de março, sua mãe foi internada após apresentar os mesmos sintomas. Seu quadro evoluiu de forma rápida e ela teve choque hemorrágico, morrendo no dia seguinte.
A Secretaria da Saúde da cidade diz não saber se o que causou a primeira morte foi o vírus, já que a mulher foi enterrada sem a investigação porque ainda não se suspeitava da existência de agente desconhecido.
Quanto ao marido, que morreu por causa de infecção no dia 5 de abril, o órgão municipal confirma que ele fora infectado, mas não que essa tenha sido a causa de sua morte.
Odílio Rodrigues Filho, secretário municipal de Saúde, disse à Folha na quarta-feira que não há risco para a população e que a secretaria trabalhou para evitar qualquer problema.
"Fizemos um diagrama de quem teve contato com a família. As 21 pessoas que estiveram juntas com os infectados e tiveram sintomas semelhantes ficaram isoladas para prevenir a disseminação do vírus. Em cinco das pessoas, identificou-se uma estrutura viral semelhante, e exames irão mostrar qual é esse vírus."
Houve ainda reuniões com médicos de hospitais locais para orientá-los sobre como lidar com possíveis contaminados.
Rodrigues Filho diz que não necessariamente a doença tem relação com o porto, já que muitos trabalhadores do local não foram infectados e não é comum a "entrada" de vírus por tripulações estrangeiras.
Os casos foram comunicados ao Ministério da Saúde no dia 2 de abril, que emitiu uma nota técnica informando sobre a investigação do caso.


Colaborou o "Agora"


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