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Bioética discute aborto e eutanásia
especial para a Folha
Um dos grandes temas da bioética e do direito é o aborto. A discussão gira em torno do momento em
que se inicia a vida humana.
"Para a ciência, quando o espermatozóide entra no óvulo há uma
mistura de DNAs (códigos genéticos). Mas quem disse que isso é o
início da vida? A vida poderia começar a partir da primeira batida
do coração. Quem sabe?", indaga
Marco Segre, professor de ética
médica e medicina legal da
FMUSP.
Já a Igreja Católica, por exemplo,
afirma que a vida começa com a
fecundação do óvulo, portanto o
aborto é inaceitável.
"É esse o terreno da bioética. É
área de confronto, de discussão,
voltada para os problemas da vida,
da saúde e também da morte. As
emoções, os sentimentos estão na
raiz de toda a postura ética, que
nada mais é que uma racionalização deles", explica Segre.
O suicídio assistido (como o
professor prefere chamar a eutanásia) é outro grande dilema da
bioética.
"Temos o direito de impor a alguém que continue a viver? Cada
um sabe melhor do que ninguém
se sua vida é boa ou não. A saúde é
um estado de relativa harmonia
entre o sujeito e sua própria realidade", pondera o professor.
"A ética ajuda a tomar decisões
menos injustas, pois envolve o
respeito ao ser humano em suas
múltiplas facetas", diz Mathilde
Neder, psicóloga-chefe do ambulatório central do Hospital das Clínicas.
(EN)
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