São Paulo, sábado, 18 de abril de 1998

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Bioética discute aborto e eutanásia

especial para a Folha

Um dos grandes temas da bioética e do direito é o aborto. A discussão gira em torno do momento em que se inicia a vida humana.
"Para a ciência, quando o espermatozóide entra no óvulo há uma mistura de DNAs (códigos genéticos). Mas quem disse que isso é o início da vida? A vida poderia começar a partir da primeira batida do coração. Quem sabe?", indaga Marco Segre, professor de ética médica e medicina legal da FMUSP.
Já a Igreja Católica, por exemplo, afirma que a vida começa com a fecundação do óvulo, portanto o aborto é inaceitável.
"É esse o terreno da bioética. É área de confronto, de discussão, voltada para os problemas da vida, da saúde e também da morte. As emoções, os sentimentos estão na raiz de toda a postura ética, que nada mais é que uma racionalização deles", explica Segre.
O suicídio assistido (como o professor prefere chamar a eutanásia) é outro grande dilema da bioética.
"Temos o direito de impor a alguém que continue a viver? Cada um sabe melhor do que ninguém se sua vida é boa ou não. A saúde é um estado de relativa harmonia entre o sujeito e sua própria realidade", pondera o professor.
"A ética ajuda a tomar decisões menos injustas, pois envolve o respeito ao ser humano em suas múltiplas facetas", diz Mathilde Neder, psicóloga-chefe do ambulatório central do Hospital das Clínicas. (EN)



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