|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mortalidade materna
cresce em São Paulo
da Reportagem Local
A mortalidade materna deu um
salto de 43% no município de São
Paulo em 1997 com relação a 1996,
passando de 49,9 para 71,6.
Um dos principais indicadores
da saúde pública, a mortalidade
materna é o número absoluto de
óbitos de mães ocorridos para cada 100 mil crianças nascidas.
Assim, se em 1996 morreram durante os procedimentos de parto
cerca de 50 mães para cada grupo
de 100 mil nascimentos, em 1997 os
óbitos subiram para 71. Não estão
ainda disponíveis os dados de 1998
sobre esse tipo de morte.
As informações são da Fundação
Seade, órgão do governo estadual
de estudos demográficos. Eles contabilizam a totalidade das certidões de nascimento e de atestados
de óbito emitidos no Estado.
No caso paulistano, uma única
vez nos últimos oito anos a Fundação Seade constatou um aumento
abrupto da mortalidade materna.
Foi entre 1994 e 1995, quando passou de 42,5 para 52,3.
Pode-se argumentar que, estatisticamente, essa oscilação é pequena, tendo-se em vista o universo no
qual ela é selecionada. O índice de
71,6 representa uma morte de mãe
para cada 1.400 partos.
Os dados do Seade não indicam
em qual tipo de hospital ou serviço
ocorreu a morte. Segundo dados
da prefeitura, essas mortes estão
distribuídas de maneira quase uniforme entre os hospitais municipais, os estaduais e as instituições
filantrópicas ou privadas conveniadas ou não ao SUS.
A médica Maria José de Oliveira
Araujo, presidente da Rede Feminista de Sexualidade e Saúde, diz
que o aumento da mortalidade
materna se deve a uma diminuição
dos leitos conveniados ao SUS em
todo o país. "As gestantes precisam percorrer em média três hospitais antes de encontrar uma vaga", diz Maria José. Outra causa
desse tipo de mortalidade seria a
má qualidade do acompanhamento pré-natal.
Por outro lado, a cidade de São
Paulo registrou uma queda na
mortalidade infantil, que passou
de 26,6 por mil nascidos vivos em
1991 para 19,9 em 1997.
Os especialistas atribuem a queda a uma melhora nas condições
sanitárias e de saúde.
Texto Anterior: Pagura culpa o Estado Próximo Texto: Polícia apura propina e superfaturamento Índice
|