São Paulo, Domingo, 18 de Abril de 1999
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Mortalidade materna
cresce em São Paulo

da Reportagem Local

A mortalidade materna deu um salto de 43% no município de São Paulo em 1997 com relação a 1996, passando de 49,9 para 71,6.
Um dos principais indicadores da saúde pública, a mortalidade materna é o número absoluto de óbitos de mães ocorridos para cada 100 mil crianças nascidas.
Assim, se em 1996 morreram durante os procedimentos de parto cerca de 50 mães para cada grupo de 100 mil nascimentos, em 1997 os óbitos subiram para 71. Não estão ainda disponíveis os dados de 1998 sobre esse tipo de morte.
As informações são da Fundação Seade, órgão do governo estadual de estudos demográficos. Eles contabilizam a totalidade das certidões de nascimento e de atestados de óbito emitidos no Estado.
No caso paulistano, uma única vez nos últimos oito anos a Fundação Seade constatou um aumento abrupto da mortalidade materna. Foi entre 1994 e 1995, quando passou de 42,5 para 52,3.
Pode-se argumentar que, estatisticamente, essa oscilação é pequena, tendo-se em vista o universo no qual ela é selecionada. O índice de 71,6 representa uma morte de mãe para cada 1.400 partos.
Os dados do Seade não indicam em qual tipo de hospital ou serviço ocorreu a morte. Segundo dados da prefeitura, essas mortes estão distribuídas de maneira quase uniforme entre os hospitais municipais, os estaduais e as instituições filantrópicas ou privadas conveniadas ou não ao SUS.
A médica Maria José de Oliveira Araujo, presidente da Rede Feminista de Sexualidade e Saúde, diz que o aumento da mortalidade materna se deve a uma diminuição dos leitos conveniados ao SUS em todo o país. "As gestantes precisam percorrer em média três hospitais antes de encontrar uma vaga", diz Maria José. Outra causa desse tipo de mortalidade seria a má qualidade do acompanhamento pré-natal.
Por outro lado, a cidade de São Paulo registrou uma queda na mortalidade infantil, que passou de 26,6 por mil nascidos vivos em 1991 para 19,9 em 1997.
Os especialistas atribuem a queda a uma melhora nas condições sanitárias e de saúde.


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