|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁREA SOCIAL EM CRISE
Investigações no PAS e na Secretaria da Educação são desdobramentos do caso da máfia da propina
Polícia apura propina e superfaturamento
da Reportagem Local
A Saúde e a Educação públicas na
cidade de São Paulo são alvo de diversas frentes de investigação na
polícia e no Ministério Público.
As suspeitas vão de superfaturamento -caso do PAS (Plano de
Atendimento à Saúde)-, à simples cobrança de propina para liberação de documentação a escolas particulares -caso dos fiscais
das Delegacias de Ensino.
Não há, até agora, envolvimento
de vereadores, como na investigação da máfia da propina nas administrações regionais, que apura ligação de pelo menos dez vereadores com a rede de corrupção.
Na Promotoria de Justiça da Cidadania, as investigações sobre o
PAS começaram antes mesmo da
implantação do plano, com uma
ação civil pública que questionava
sua constitucionalidade.
A decisão da Justiça, porém, foi
favorável à prefeitura, garantindo
a implantação do novo modelo.
Depois disso, cerca de 70 inquéritos já foram instaurados para
apurar fechamento de unidades,
restrições e falhas de atendimento,
superfaturamento nas compras
dos módulos, repasses irregulares
de verbas e ilegalidade nas relações
trabalhistas.
Desse total, cerca de um terço já
foi arquivado e outros tantos
aguardam parecer do TJ (Tribunal
de Justiça), porque a promotoria
perdeu a disputa em primeira instância e recorreu da decisão.
A apuração mais produtiva até
agora investiga um desfalque de
R$ 600 mil ocasionado por compra
irregulares de equipamentos médicos feitas pelos diretores do Módulo 1 (hospitais e postos de saúde
no centro da cidade).
Por esse caso, que está para ser
julgado, o ex-secretário da Saúde
Roberto Paulo Richter e outros seis
acusados chegaram a ter seus bens
bloqueados. Eles recorreram da
decisão e conseguiram a liberação
do patrimônio no TJ.
Na Polícia Civil, os inquéritos foram abertos no início do mês passado, como um desdobramento da
investigação da máfia da propina.
Segundo o delegado Itagiba
Franco, alguns inquéritos foram
abertos com base em reportagens
que indicavam irregularidades.
É esse o caso, por exemplo, de
um inquérito aberto para apurar
denúncia de que fiscais das Drem
(Delegacias Regionais de Ensino
Municipal) cobram propina para
permitir o funcionamento de escolas em alguns bairros da cidade.
"Cada Drem é controlada por
um vereador ou um deputado. O
trabalho agora é descobrir as responsabilidades nas denúncias",
afirmou Franco.
Antes disso, no entanto, a polícia
precisa ainda encontrar donos de
escolas dispostos a formalizar as
denúncias feitas à reportagem.
Entre as denúncias na Saúde está
a acusação de superfaturamento
de kits para coleta de sangue vendidos à prefeitura.
Os kits, formados por dois cotonetes embalados em plástico, foram fornecidos por R$ 30 cada,
quando custariam R$ 0,30.
O ex-vereador e hoje deputado
federal Nello Rodolfo é acusado de
intermediar o negócio, feito sem licitação. Rodolfo nega.
Texto Anterior: Mortalidade materna cresce em São Paulo Próximo Texto: Entidades médicas defendem CPI do PAS Índice
|