JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

Para integrantes da CPI da máfia, uma afirmação do ex-secretário de Vias Públicas Alfredo Mário Savelli, feita durante seu depoimento à comissão, fortalece a tese de omissão do prefeito Celso Pitta (sem partido) no caso de uma suposta denúncia de cobrança de propina contra a empresa de alimentos Panco.
Savelli disse na madrugada de ontem, em um depoimento que durou cerca de sete horas, que não foi comunicado pelo prefeito sobre uma reclamação que teria sido feita no gabinete de Pitta pelo empresário Kiotero Yonamine, presidente da Panco. Em sua resposta, deu a entender que nem conhecia a empresa.
O deputado estadual Conte Lopes (PPB) e o vereador Cosme Lopes (PPB) afirmam ter presenciado a denúncia feita a Pitta. Na ocasião, eles e Yanomine teriam informado ao prefeito que assessores do vereador Vicente Viscome estariam exigindo propina de dez carros para não embargar uma obra da empresa na região da Administração Regional da Penha, controlada politicamente pelo parlamentar.
A declaração de Savelli, segundo a Folha apurou, serviu para sacramentar que Pitta não tomou medidas para apurar a denúncia, que, segundo sua assessoria, teria sido feita em tom de "fofoca" e não foi formalizada.
São as justificativas do prefeito para explicar porque não abriu sindicância para apurar o caso, embora a medida seja prevista no estatuto dos servidores.


Texto Anterior: Receita, PF e Justiça investigam patrimônio de Pitta
Próximo Texto: Cartas revelam roteiro da morte de calouro
Índice