Tempo perdido daria para assistir a metade de uma partida de futebol ou a quase o capítulo inteiro de uma novela

Para consultor, deveria haver uma faixa a mais para os ônibus na hora do rush; a cidade prioriza o automóvel, em vez do ônibus, afirma

DA REPORTAGEM LOCAL

Os passageiros perdem até 46 minutos nos piores corredores de ônibus de São Paulo.
Daria para ver um tempo de uma partida de futebol ou quase o capítulo de uma novela.
É o caso da gerente bancária Rita Freitas, 43, que pega o corredor Inajar-Rio Branco-Centro todos os dias. Se o ônibus andasse a 18 km/h -em vez de 12 km/h, como atualmente-, ela pouparia 23 minutos na ida e outros 23 na volta. "Dava para fazer um curso, dormir, não fazer nada, sei lá", afirma.
Por que a lentidão nos corredores? Segundo o consultor Horácio Figueira, a cidade prioriza o automóvel, em vez do ônibus. Ele defende, por exemplo, uma faixa a mais para os ônibus na hora do rush.
Outra medida para aumentar a velocidade nos corredores é permitir que os ônibus controlem os semáforos, por meio de antenas, afirma. Assim, ônibus teriam prioridade no fluxo. Curitiba, disse o consultor, adota sistema semelhante. Ele calcula que seria possível economizar até meia hora de viagem.
Restringir os táxis nos corredores é outra questão importante, diz Figueira, por deixar mais espaço livre para os ônibus. É a prefeitura que autoriza a circulação dos táxis nos corredores; a licença atual vale até o dia 30 de setembro. "E eles ainda cometem irregularidades, como ultrapassar pela direita e cruzar a faixa contínua [aquela que delimita os corredores]."
Também é importante, ressalta o engenheiro Jaime Waisman, reduzir o número de passagens como a do cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças, que engarrafam o trânsito e dificultam a passagem no corredor. A solução ali, diz, é uma passagem em desnível. (RG)


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