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VIOLÊNCIA
Psiquiatra diz que suspeito de crime em Belo Horizonte tem problema mental provocado por uso de drogas
Acusado de matar pais está em cela isolada
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Henrique Costa Gonçalves, 32,
acusado de matar os pais, o empresário Marcílio Gonçalves, 62, e
a psicóloga Raquel Costa Gonçalves, 57, está preso, desde a madrugada de ontem, numa cela isolada
da penitenciária Dutra Ladeira,
em Ribeirão das Neves, na região
metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a polícia, Henrique foi
isolado para não sofrer represália
de outros presos.
Os advogados da família devem
pedir hoje autorização judicial para que ele seja transferido para
uma clínica psiquiátrica. Segundo
a família, Henrique tem problemas mentais desde os 13 anos,
provocados por uso de drogas.
A informação de que Henrique
tem problemas mentais foi confirmada pelo psiquiatra Hélio Lauar.
Segundo Lauar, Henrique tem
transtorno delirante, desvio mental conhecido também por paranóia, que pode ter causas genéticas, bioquímicas ou interpessoais
e que provoca delírios. A doença
foi diagnosticada há dez anos.
No caso de Henrique, os delírios
se manifestam como mania de
perseguição, sempre relacionada
aos pais.
A família tentou fazer a transferência no sábado, mas o juiz criminal de plantão negou, sob argumento de que precisava ouvir o
Ministério Público.
Os advogados José Luiz Quadros, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, e José Roberto Rezende foram acionados em caráter de urgência pela família no sábado para acompanhar
o depoimento de Henrique.
A intenção era evitar que o suspeito ficasse preso no Departamento de Investigações onde prestou depoimento. A família tinha
medo que ele sofresse represália
de outros presos.
O crime
O crime aconteceu na madrugada de sábado, no sobrado do casal
em Mangabeiras, bairro nobre da
zona sul de Belo Horizonte.
Gonçalves, diretor-presidente
dos jornais "Diário do Comércio" e "Jornal de Casa", foi morto com 17 facadas, e sua mulher,
herdeira dos jornais, com quatro.
Policiais encontraram na casa de
Gonçalves a faca usada no crime e
roupas sujas de sangue dentro de
um baú, indicando que o assassino teria trocado de roupa antes de
fugir.
Henrique foi preso, por policiais
militares, no início da tarde de anteontem, andando com a irmã
adotiva, Rebeca Costa Gonçalves,
4, na favela do Cafezal, a cerca de
oito quilômetros do local do crime. A menina está bem, sob cuidados de parentes.
Segundo policiais militares, ao
ser preso, Henrique perguntou
porque estava sendo algemado e
não disse mais nada.
No depoimento à Polícia Civil,
ele negou o crime. Disse que saiu
com a irmã para passear e não
confirmou que as roupas encontradas sujas fossem dele.
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