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Parada Gay resiste à Copa
e supera recorde de público
Segundo a PM, 2 milhões de pessoas participaram da festa, 200 mil a mais do que no ano passado
Público festejou com beijos o evento, cujo tema foi "homofobia é crime'; verde-e-amarelo também dominou nos trios elétricos
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada melhor do que beijos,
muitos beijos, para comemorar
o recorde de público nos dez
anos da Parada Gay e levantar a
bandeira de que a homofobia é
um crime que precisa de punição. Em clima de festa, cerca de
2 milhões de pessoas, segundo
estimativa da PM, lotaram a
avenida Paulista e a rua da Consolação ontem, atrás de 20 trios
elétricos com muito tecno.
O público bateu o recorde do
ano passado (de 1,8 milhão de
pessoas, de acordo com a PM)
e, assim, a parada de São Paulo
continua sendo a maior do
mundo, seguida pela de Toronto e de São Francisco, com um
milhão cada. Ao contrário do
que previam os próprios organizadores, nem a mudança do
evento de domingo para sábado
por causa da Copa atrapalhou.
"A chuva também não apareceu, como dizia a previsão do
tempo. A gente fez mandinga
para São Pedro", dizia um dos
organizadores. O presidente da
Associação da parada, Nélson
Matias Pereira, comemorava o
público. "Estou feliz porque nada atrapalhou a festa."
Não faltou gente nem beijo.
Atendendo ao pedido de Pereira, que ao abrir a parada, às
14h10 gritou para multidão
passar a tarde se beijando, os
casais não perderam tempo.
Paulo Ramos, 21, fazia sua contabilidade ainda no meio da festa: "Já beijei oito. Te muito homem bonito por aqui".
Jéferson Miranda, 26, comemorava o fato de ter beijado
apenas um. De mãos dadas com
Cléber Bonaci, 25, ele dizia que
conseguiu reatar o namoro de
dois anos após três meses de separação. "A gente se ama e estou tão feliz agora que mal consigo explicar. Nunca tive uma
parada tão boa. Um beijo de
quem a gente gosta vale muito
mais do que a pegação."
Também curtindo o evento,
o casal Manoela Vicente, 16, e
Marcelo Góes, 18, se beijava.
Simpatizantes da parada, era a
segunda vez que a acompanhavam juntos. "O pessoal é muito
alegre. A gente sente o amor no
ar porque os gays são mais carinhosos", dizia a garota. Marcelo contava que teve de passar o
Dia dos Namorados longe porque estuda no interior. "A gente
está festejando hoje [ontem]."
Além dos beijos, muito verde-e-amarelo. Nas camisetas e
em vários trios elétricos, as cores da seleção dominaram. O
16º carro passou com bandeiras
do Brasil penduradas, arrancando palmas e gritos da multidão. O mais animado, no entanto, foi o 13º, que trazia Alexandre Frota e Supla à frente.
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) também foi ao evento
que não poderá mais ser realizado na Paulista. Ele disse que
em 90 dias entregará três sugestões de local para os organizadores da parada.
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