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GCMs de São Bernardo do Campo entram em greve; um deles ameaçou se matar
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis disparos feitos com um
revólver calibre 38 deflagraram
ontem o início da greve, por
tempo indeterminado, dos cerca de 500 guardas municipais
de São Bernardo do Campo
(Grande São Paulo).
A greve estava programada
para amanhã, mas foi antecipada porque o guarda José Amintas de Oliveira, 42, acorrentou-se no mastro da bandeira do
Brasil, na Guarda Civil Municipal, para ser ouvido pelo comandante Antonio Branco. O
guarda ameaçava se matar.
Os disparos ocorreram quando um supervisor e dois policiais militares tentaram desarmá-lo. Um dos PMs levou um
tiro de raspão na mão direita e
Oliveira foi para o hospital.
A após o incidente, um grupo
de cerca de cem guardas montou barracas em frente ao prédio da GCM, onde promete ficar acampado até terem suas
reivindicações atendidas.
Os guardas alegam haver perseguição por parte do comando
da GCM, além de não haver
reajuste salarial há sete anos
-querem reajuste de 84%.
Segundo Oséias Francisco da
Silva, 31, do comando de greve,
o colega ficou desesperado porque teve seu plantão alterado
de noite para o dia e não teria
com quem deixar os três filhos
-o menor com dois anos (a
mulher também trabalha fora).
"Ele só pensou nas crianças,
não temos com quem deixá-los.
Ele foi falar com o superior e
este lhe disse: "Se vira'", disse
Débora, mulher do guarda.
Para os colegas, a alteração
de escala de Oliveira foi uma represália porque ele participou
da assembléia sobre a greve.
Em nota, a GCM disse que o
início da greve foi "irresponsável" porque havia diálogo sobre
as melhorias salariais. Sobre
Oliveira: "As escalas de serviço
não podem ficar condicionadas
às atividades extras dos profissionais", diz trecho da nota.
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