|
Texto Anterior | Índice
Canhedo é preso acusado de porte ilegal de arma
Empresário foi detido em flagrante no sábado em operação da PF em suas fazendas, em GO
Foram encontrados indícios de crimes ambientais nas propriedades do ex-dono da Vasp, que foi solto na madrugada do domingo
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O empresário Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp, foi
preso em flagrante por posse
ilegal de arma durante uma
operação conjunta de fiscalização do Ibama e da Polícia Federal em fazendas dele no município de São Miguel do Araguaia, em Goiás. Canhedo e outros três funcionários das fazendas também presos foram
libertados na madrugada de
ontem por decisão judicial.
A operação identificou indícios de crimes ambientais nas
propriedades do empresário,
como desmatamento ilegal,
pesca de espécies protegidas e
lançamento de esgoto em rios.
Segundo o delegado da Polícia Civil, Marcos Antônio
Abrão, que registrou o flagrante, foram encontrados dois revólveres no quarto de Canhedo,
na sede da fazenda Piratininga.
Uma das armas -um revólver
357 Magnum- é de uso restrito
da polícia. Na casa foram encontradas mais três armas.
Outras 18 armas foram encontradas nas três propriedades fiscalizadas -a maioria nas
casas dos vaqueiros.
Abrão diz que o crime de posse ilegal de armas não é passível
de fiança, mas a Justiça concedeu liberdade provisória ao
empresário por ele ser réu primário e ter bons antecedentes.
Canhedo, detido às 11h de sábado, foi libertado ontem às 3h.
A reportagem tentou falar
ontem com o advogado de Canhedo, Gary Marques, mas ele
não respondeu aos recados deixados na casa dele. A pessoa
que atendeu, que se identificou
como sua mulher, disse que ele
estava em uma das fazendas,
"incomunicável". Segundo ela,
o celular não pegava lá.
A operação tinha como objetivo fiscalizar o cumprimento
da legislação ambiental pelo
empresário. O chefe da Divisão
de Controle e Fiscalização do
Ibama em Goiás, Pedro Alberto
Bignelli, disse que parte das fazendas, que têm no total 200
mil hectares, estão em áreas de
proteção ambiental.
Entre as irregularidades, segundo Bignelli, estão o desmatamento de cerca de 50 hectares dentro da área de preservação permanente (cerca de 20%
das propriedades localizadas
no cerrado devem ser destinada à preservação ambiental),
que eram para a pecuária.
Os fiscais identificaram também dois lixões a céu aberto
com resíduos domésticos e lançamento de esgoto sem tratamento nos rios, o que configura
crime de poluição ambiental.
Os peritos do Ibama estavam
ontem colhendo material para
analisar a contaminação.
A fiscalização deverá autuar
o empresário pela execução de
obra que provoca impacto ambiental sem autorização, já que
foi identificado um canal de sete quilômetros para drenagem
das pastagens e estradas que
cortam as propriedades, construído sem licença ambiental.
Vasp
Em março de 2005, a Justiça
determinou a intervenção na
Vasp e a indisponibilidade e
bloqueio de todos os bens móveis e imóveis, veículos e ativos
de Wagner Canhedo, então
presidente da empresa.
Texto Anterior: Clientes e donos de restaurantes estão divididos sobre a criação do novo selo Índice
|