São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2007

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Canhedo é preso acusado de porte ilegal de arma

Empresário foi detido em flagrante no sábado em operação da PF em suas fazendas, em GO

Foram encontrados indícios de crimes ambientais nas propriedades do ex-dono da Vasp, que foi solto na madrugada do domingo

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O empresário Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma durante uma operação conjunta de fiscalização do Ibama e da Polícia Federal em fazendas dele no município de São Miguel do Araguaia, em Goiás. Canhedo e outros três funcionários das fazendas também presos foram libertados na madrugada de ontem por decisão judicial.
A operação identificou indícios de crimes ambientais nas propriedades do empresário, como desmatamento ilegal, pesca de espécies protegidas e lançamento de esgoto em rios.
Segundo o delegado da Polícia Civil, Marcos Antônio Abrão, que registrou o flagrante, foram encontrados dois revólveres no quarto de Canhedo, na sede da fazenda Piratininga. Uma das armas -um revólver 357 Magnum- é de uso restrito da polícia. Na casa foram encontradas mais três armas.
Outras 18 armas foram encontradas nas três propriedades fiscalizadas -a maioria nas casas dos vaqueiros.
Abrão diz que o crime de posse ilegal de armas não é passível de fiança, mas a Justiça concedeu liberdade provisória ao empresário por ele ser réu primário e ter bons antecedentes. Canhedo, detido às 11h de sábado, foi libertado ontem às 3h.
A reportagem tentou falar ontem com o advogado de Canhedo, Gary Marques, mas ele não respondeu aos recados deixados na casa dele. A pessoa que atendeu, que se identificou como sua mulher, disse que ele estava em uma das fazendas, "incomunicável". Segundo ela, o celular não pegava lá.
A operação tinha como objetivo fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental pelo empresário. O chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama em Goiás, Pedro Alberto Bignelli, disse que parte das fazendas, que têm no total 200 mil hectares, estão em áreas de proteção ambiental.
Entre as irregularidades, segundo Bignelli, estão o desmatamento de cerca de 50 hectares dentro da área de preservação permanente (cerca de 20% das propriedades localizadas no cerrado devem ser destinada à preservação ambiental), que eram para a pecuária.
Os fiscais identificaram também dois lixões a céu aberto com resíduos domésticos e lançamento de esgoto sem tratamento nos rios, o que configura crime de poluição ambiental. Os peritos do Ibama estavam ontem colhendo material para analisar a contaminação.
A fiscalização deverá autuar o empresário pela execução de obra que provoca impacto ambiental sem autorização, já que foi identificado um canal de sete quilômetros para drenagem das pastagens e estradas que cortam as propriedades, construído sem licença ambiental.

Vasp
Em março de 2005, a Justiça determinou a intervenção na Vasp e a indisponibilidade e bloqueio de todos os bens móveis e imóveis, veículos e ativos de Wagner Canhedo, então presidente da empresa.


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