São Paulo, quinta, 18 de junho de 1998

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Maioria recebeu tiros na cabeça

PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local

A maioria das vítimas da chacina ocorrida na madrugada de ontem, na cidade de Francisco Morato, foi morta com tiros na cabeça -algumas, com tiro à queima-roupa.
A necropsia dos 11 corpos foi realizada pelos médicos legistas Roberto Vaz e Roberto de Andrade, do IML (Instituto Médico Legal) de Guarulhos (Grande São Paulo). Os exames duraram cinco horas e meia.
De acordo com Vaz, a maioria das vítimas apresentava ferimentos de balas na cabeça e no tórax. Os médicos retiraram 20 projéteis de diferentes calibres dos corpos.
Mais tiros
Os disparos destinados às onze vítimas, no entanto, passaram de 30. Segundo Vaz, todos foram atingidos por mais de três tiros -alguns deles de raspão, em que a bala não ficou retida no corpo.
"Foi um trabalho árduo e meticuloso. Não dá para dizer agora quem tinha quantos tiros e em que lugar", disse o médico. "Esse foi o maior caso de chacina de cuja necropsia já participei em meus 22 anos de profissão."
O legista afirmou ainda que alguns dos mortos levaram tiros à queima-roupa na nuca.
Vaz preferiu se omitir quando indagado se os tiros teriam sido disparados por profissionais. Mas, segundo suas afirmações, os assassinos sabiam muito bem o que estavam fazendo. "Foram tiros certeiros, dados por pessoas que tinham como meta a morte." O IML de Guarulhos deverá enviar os projéteis encontrados nos corpos ao Instituto de Criminalística de São Paulo até amanhã.
Peritos da polícia técnico-científica de Guarulhos, que examinaram o local do crime, terão 30 dias para apresentar laudo.



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