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Maioria recebeu tiros na cabeça
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A maioria das vítimas da chacina
ocorrida na madrugada de ontem,
na cidade de Francisco Morato, foi
morta com tiros na cabeça -algumas, com tiro à queima-roupa.
A necropsia dos 11 corpos foi
realizada pelos médicos legistas
Roberto Vaz e Roberto de Andrade, do IML (Instituto Médico Legal) de Guarulhos (Grande São
Paulo). Os exames duraram cinco
horas e meia.
De acordo com Vaz, a maioria
das vítimas apresentava ferimentos de balas na cabeça e no tórax.
Os médicos retiraram 20 projéteis
de diferentes calibres dos corpos.
Mais tiros
Os disparos destinados às onze
vítimas, no entanto, passaram de
30. Segundo Vaz, todos foram
atingidos por mais de três tiros
-alguns deles de raspão, em que
a bala não ficou retida no corpo.
"Foi um trabalho árduo e meticuloso. Não dá para dizer agora
quem tinha quantos tiros e em que
lugar", disse o médico. "Esse foi
o maior caso de chacina de cuja
necropsia já participei em meus 22
anos de profissão."
O legista afirmou ainda que alguns dos mortos levaram tiros à
queima-roupa na nuca.
Vaz preferiu se omitir quando
indagado se os tiros teriam sido
disparados por profissionais. Mas,
segundo suas afirmações, os assassinos sabiam muito bem o que
estavam fazendo. "Foram tiros
certeiros, dados por pessoas que
tinham como meta a morte." O
IML de Guarulhos deverá enviar
os projéteis encontrados nos corpos ao Instituto de Criminalística
de São Paulo até amanhã.
Peritos da polícia técnico-científica de Guarulhos, que examinaram o local do crime, terão 30 dias
para apresentar laudo.
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