|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pesquisador rejeita elo com crime organizado
da Reportagem Local
Para o Ilanud -órgão da ONU
em São Paulo que trata da violência-, as chacinas na região metropolitana não são resultado de
uma organização do crime.
Segundo o coordenador da entidade, Oscar Vilhena Vieira, "não
há associação direta entre o crime
organizado e as altas taxas de violência registradas na cidade".
Ele cita uma pesquisa concluída
recentemente pela Fundação Escola de Sociologia e Política
(Fesp), com apoio do Ilanud, que
reproduziu a geografia das drogas
em São Paulo e revelou que não se
pode associar diretamente o tráfico à violência, principalmente aos
homicídios.
O estudo mostra, por exemplo,
que a zona sul de São Paulo, a mais
violenta da cidade, é onde acontece o menor número de prisões por
causa de drogas.
Segundo o coordenador das Promotorias Criminais de São Paulo,
promotor Mário Papaterra Limongi, o fato de esse tipo de prisão ser baixo demonstra que o crime não está organizado, uma vez
que o tráfico de drogas "representa um tipo de criminalidade que
requer uma estruturação".
"Em São Paulo, não temos a organização típica do crime, com
chefe, divisão de tarefas e inserção
no poder público. As chacinas resultam de uma organização rápida
para a prática de um crime determinado", afirmou Limongi.
Ocupação desordenada
De acordo com o coordenador
da pesquisa, sociólogo Guaracy
Mingardi, a alta incidência da violência na zona sul não pode ser explicada por uma suposta organização do crime, mas pela ocupação
desordenada da região.
"Lá é a zona desorganizada, de
ocupação recente. Ela é mais violenta porque não há uma sociabilidade antiga que una as pessoas. É
uma região pobre, sem infra-estrutura, onde predomina a cultura
da violência. O tráfico mata, mas
não é tanto quanto se supõe."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|