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VIOLÊNCIA
Estudante é indiciada sob acusação de matar o próprio filho; advogado diz que ela agiu em estado de psicose
Mãe é acusada de matar recém-nascido
FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio
A estudante Renata de Souza
Ferreira, 24, foi indiciada por infanticídio (matar o próprio filho,
sob influência do estado puerperal, durante ou após o parto) e está
presa em flagrante na maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira (zona norte).
Estado puerperal ou psicose
puerperal é um quadro depressivo
que pode atacar mulheres durante
ou após o parto.
Renata teve o bebê sozinha, no
banheiro de sua casa, por volta de
15h30 de anteontem. Minutos antes, ela teria pedido uma tesoura
para cortar um saco plástico.
Parentes de Renata estranharam
sua demora no banheiro e arrombaram a porta. A jovem estava no
chão, cercada de sangue. Sua mãe
levou-a até a maternidade Herculano Pinheiro. Renata sangrava,
sua pressão arterial caiu e ela entrou em choque. No hospital, os
médicos encontraram a placenta e
o cordão umbilical e perceberam
que ela tivera um parto.
Um primo de Renata foi até a casa da família e voltou com o corpo
de um menino. Segundo o boletim
médico, o bebê chegou morto,
com quatro perfurações no tórax.
Renata foi atendida na maternidade e, até a tarde de ontem, permanecia internada, sob guarda de
dois PMs. Ela deverá ter alta hoje.
O corpo do bebê foi levado ao
IML. A mãe de Renata, Marta Rita,
diz não acreditar que ela tenha
matado o bebê. Disse que sabia da
gravidez. Renata é solteira, mora
com a mãe e tem um filho de 2
anos. Para a polícia, Renata é a
principal suspeita pela morte do
filho. O crime é punido com pena
de dois a seis anos de prisão.
O advogado de Renata, José Dimas Marcondes, disse que sua
cliente agiu num estado de psicose
puerperal. Ele disse que só se pronunciará após o laudo do IML. "O
bebê pode ter nascido morto."
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