São Paulo, quinta, 18 de junho de 1998

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VIOLÊNCIA
Estudante é indiciada sob acusação de matar o próprio filho; advogado diz que ela agiu em estado de psicose
Mãe é acusada de matar recém-nascido

FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

A estudante Renata de Souza Ferreira, 24, foi indiciada por infanticídio (matar o próprio filho, sob influência do estado puerperal, durante ou após o parto) e está presa em flagrante na maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira (zona norte).
Estado puerperal ou psicose puerperal é um quadro depressivo que pode atacar mulheres durante ou após o parto.
Renata teve o bebê sozinha, no banheiro de sua casa, por volta de 15h30 de anteontem. Minutos antes, ela teria pedido uma tesoura para cortar um saco plástico.
Parentes de Renata estranharam sua demora no banheiro e arrombaram a porta. A jovem estava no chão, cercada de sangue. Sua mãe levou-a até a maternidade Herculano Pinheiro. Renata sangrava, sua pressão arterial caiu e ela entrou em choque. No hospital, os médicos encontraram a placenta e o cordão umbilical e perceberam que ela tivera um parto.
Um primo de Renata foi até a casa da família e voltou com o corpo de um menino. Segundo o boletim médico, o bebê chegou morto, com quatro perfurações no tórax.
Renata foi atendida na maternidade e, até a tarde de ontem, permanecia internada, sob guarda de dois PMs. Ela deverá ter alta hoje.
O corpo do bebê foi levado ao IML. A mãe de Renata, Marta Rita, diz não acreditar que ela tenha matado o bebê. Disse que sabia da gravidez. Renata é solteira, mora com a mãe e tem um filho de 2 anos. Para a polícia, Renata é a principal suspeita pela morte do filho. O crime é punido com pena de dois a seis anos de prisão.
O advogado de Renata, José Dimas Marcondes, disse que sua cliente agiu num estado de psicose puerperal. Ele disse que só se pronunciará após o laudo do IML. "O bebê pode ter nascido morto."



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