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MEIO AMBIENTE
Empresa de saneamento do Paraná teme que mancha de óleo atinja estação que atende 73 mil pessoas
Captação de água pode ser prejudicada
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) anunciou
ontem, em Curitiba, esquema
preventivo para impedir que o vazamento de óleo da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas)
chegue à estação de captação da
empresa em União da Vitória.
Essa unidade utiliza água do rio
Iguaçu para abastecer 73 mil pessoas nos municípios de União da
Vitória (PR) e Porto União (SC).
Segundo Carlos Teixeira, presidente da Sanepar, a empresa está
"monitorando" a evolução da
mancha e já acionou um esquema
de bóias para impedir a contaminação da área de captação.
Em todo o rio Iguaçu, a unidade
de captação de União da Vitória é
a única que pode ser atingida pela
mancha de óleo da refinaria.
Teixeira disse que a previsão,
caso a Petrobras não detenha o
avanço do óleo, é que o produto
atinja União da Vitória no próximo domingo. Ontem, ambientalistas estimavam que isso poderá
ocorrer já nesta quarta-feira.
Segundo ele, a estiagem dos últimos meses, que baixou a vazão do
Iguaçu, ajudou a evitar uma catástrofe maior. "Com o rio baixo,
a velocidade é menor, e o controle
poderá ser mais eficiente."
O presidente da Sanepar disse
que a Petrobras irá centralizar esforços em uma "grande barreira
em São Mateus do Sul", o que, segundo ele, impedirá o avanço da
mancha até União da Vitória. A
estação está distante 320 quilômetros do local do acidente.
O abastecimento, com água do
rio Iguaçu, em Curitiba e região
metropolitana não foi atingido, já
que a unidade de captação é próxima à nascente do rio, em São José dos Pinhais, e o acidente na Repar foi depois da estação.
Maior rio inteiramente paranaense, o Iguaçu nasce na região
metropolitana de Curitiba e desemboca no rio Paraná, em Foz
do Iguaçu. Em pelo menos 350
quilômetros de sua extensão, o rio
serve de divisa natural entre os Estados do Paraná e Santa Catarina.
Cinco usinas hidrelétricas estão
instaladas ao longo do rio, sendo
três delas (Foz do Areia, Segredo e
Salto Caxias) da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica ) e duas (Salto Santiago e Salto Osório) da Gerasul, empresa
privatizada depois de desmembrada da Eletrosul.
O presidente do IAP (Instituto
Ambiental do Paraná), Antônio
Andrigheto, disse que os danos
ambientais com o vazamento serão irreversíveis para a fauna
aquática e terrestre do rio Iguaçu.
Ele defendeu a criação de uma
comissão especial para analisar os
prejuízos ao ambiente e exigir
ajuda da Petrobras para recuperação das áreas degradadas.
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