São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 2000


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MEIO AMBIENTE
Empresa de saneamento do Paraná teme que mancha de óleo atinja estação que atende 73 mil pessoas
Captação de água pode ser prejudicada

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) anunciou ontem, em Curitiba, esquema preventivo para impedir que o vazamento de óleo da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas) chegue à estação de captação da empresa em União da Vitória.
Essa unidade utiliza água do rio Iguaçu para abastecer 73 mil pessoas nos municípios de União da Vitória (PR) e Porto União (SC).
Segundo Carlos Teixeira, presidente da Sanepar, a empresa está "monitorando" a evolução da mancha e já acionou um esquema de bóias para impedir a contaminação da área de captação.
Em todo o rio Iguaçu, a unidade de captação de União da Vitória é a única que pode ser atingida pela mancha de óleo da refinaria.
Teixeira disse que a previsão, caso a Petrobras não detenha o avanço do óleo, é que o produto atinja União da Vitória no próximo domingo. Ontem, ambientalistas estimavam que isso poderá ocorrer já nesta quarta-feira.
Segundo ele, a estiagem dos últimos meses, que baixou a vazão do Iguaçu, ajudou a evitar uma catástrofe maior. "Com o rio baixo, a velocidade é menor, e o controle poderá ser mais eficiente."
O presidente da Sanepar disse que a Petrobras irá centralizar esforços em uma "grande barreira em São Mateus do Sul", o que, segundo ele, impedirá o avanço da mancha até União da Vitória. A estação está distante 320 quilômetros do local do acidente.
O abastecimento, com água do rio Iguaçu, em Curitiba e região metropolitana não foi atingido, já que a unidade de captação é próxima à nascente do rio, em São José dos Pinhais, e o acidente na Repar foi depois da estação.
Maior rio inteiramente paranaense, o Iguaçu nasce na região metropolitana de Curitiba e desemboca no rio Paraná, em Foz do Iguaçu. Em pelo menos 350 quilômetros de sua extensão, o rio serve de divisa natural entre os Estados do Paraná e Santa Catarina.
Cinco usinas hidrelétricas estão instaladas ao longo do rio, sendo três delas (Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias) da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica ) e duas (Salto Santiago e Salto Osório) da Gerasul, empresa privatizada depois de desmembrada da Eletrosul.
O presidente do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Antônio Andrigheto, disse que os danos ambientais com o vazamento serão irreversíveis para a fauna aquática e terrestre do rio Iguaçu.
Ele defendeu a criação de uma comissão especial para analisar os prejuízos ao ambiente e exigir ajuda da Petrobras para recuperação das áreas degradadas.


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