São Paulo, domingo, 18 de julho de 2004

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Se você já foi contagiado

DA REVISTA

Desde que aceitou aquele convite, suas amizades nunca mais foram as mesmas. Em vez de telefonemas ou e-mails, as conversas com amigos acontecem pelo "scrapbook". Aquela pessoa com quem você só cruzava no elevador de repente figura na sua lista de mais chegados. E os colegas mais tímidos dão calorosos "testemunhos" sobre a sua pessoa.
Ser um dos cerca de 800 mil usuários da rede de relacionamentos mais popular do mundo tem vantagens, mas você já parou para pensar nas esquisitices que o site filhote do Google criou?
Um sujeito com quem você não vai muito com a cara -mas que é amigo do seu chefe- de repente aparece na "home" pedindo para ser seu amigo. Saia justa das boas.
Você tem lá uma lista de 30 bons amigos. Seus confrades, no entanto, ostentam centenas de pessoas em sua relação. Vai bancar o mal-amado ou tratar de expandir o círculo de amizades? Mas e o risco de ser considerado uma Darlene virtual, que faz qualquer coisa por fama e popularidade?
Essas e outras idiossincrasias são resultado do próprio sistema do Orkut. Baseados no princípio de que um afago na auto-estima não faz mal a ninguém, seus criadores inventaram um círculo vicioso e viciante: quanto mais popular o usuário quiser ser, mais terá de usar o site. Ou seja, quanto mais sucesso você quiser fazer, mais bem-sucedido o Orkut será. Pois é, não existe almoço grátis.


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