São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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Lista do governo pode ter erro

RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande

A apreensão do medicamento Serofene pela Vigilância de Campo Grande (MS) revelou um possível erro na lista de remédios falsificados que vem sendo divulgada pelo Ministério da Saúde.
A fabricante Serono Produtos Farmacêuticos, de São Paulo, enviou um comunicado à farmácia onde houve a apreensão se responsabilizando pela fabricação dos lotes 161 e 162 e afirmando que eles não são falsificados.
O cabeçalho da lista de 65 medicamentos enviada pelo ministério às Vigilâncias Sanitárias de todo o país informa que os dois lotes teriam "falsificação comprovada".
O laboratório informou que alterou a embalagem do produto "para seguir padrões da matriz" e substituiu o farmacêutico responsável, tendo comunicado as mudanças ao ministério.
A apreensão de uma caixa do Serofene, um anti-histrogêneo indicado para aumentar a fertilidade feminina, ocorreu na farmácia São José (centro de Campo Grande).
O diretor científico da Serono, José Salmeron, disse que, mesmo não sendo falsos, todos os remédios dos lotes 161 e 162 e ainda os do 170, que não está na lista do ministério, mas também teve suas embalagens modificadas, estão sendo substituídos pela empresa.
Segundo a nota do Serono, a substituição é para "evitar maiores conturbações comerciais".
Salmeron disse que não caberia a ele explicar a razão da inclusão do Serofene na lista do governo, mas assegurou que não há exame comprovando a falsificação.
O chefe da Vigilância Sanitária em Campo Grande, Antônio Carlos Cardoso, disse que a Polícia Civil será acionada para verificar se um produto falso foi colocado à venda. "Cumprimos a determinação do ministério e só ele pode explicar os motivos da inclusão do remédio na lista", disse Cardoso.
Outro remédio apreendido anteontem pela Vigilância Sanitária foi o Pletil, indicado para combater fungos no organismo.
A lista do Ministério aponta o remédio como "falsificado e com mudanças na embalagem".
O dono da farmácia onde o medicamento foi apreendido explicou que a caixa era diferente de outras sete que também estavam à venda. Ele não soube dizer a procedência do medicamento.
A assessoria de imprensa do ministério disse que só na segunda-feira haverá uma resposta oficial sobre a possível falha na lista.



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