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Lista do governo pode ter erro
RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande
A apreensão do medicamento
Serofene pela Vigilância de Campo Grande (MS) revelou um possível erro na lista de remédios falsificados que vem sendo divulgada
pelo Ministério da Saúde.
A fabricante Serono Produtos
Farmacêuticos, de São Paulo, enviou um comunicado à farmácia
onde houve a apreensão se responsabilizando pela fabricação
dos lotes 161 e 162 e afirmando que
eles não são falsificados.
O cabeçalho da lista de 65 medicamentos enviada pelo ministério
às Vigilâncias Sanitárias de todo o
país informa que os dois lotes teriam "falsificação comprovada".
O laboratório informou que alterou a embalagem do produto
"para seguir padrões da matriz"
e substituiu o farmacêutico responsável, tendo comunicado as
mudanças ao ministério.
A apreensão de uma caixa do Serofene, um anti-histrogêneo indicado para aumentar a fertilidade
feminina, ocorreu na farmácia São
José (centro de Campo Grande).
O diretor científico da Serono,
José Salmeron, disse que, mesmo
não sendo falsos, todos os remédios dos lotes 161 e 162 e ainda os
do 170, que não está na lista do ministério, mas também teve suas
embalagens modificadas, estão
sendo substituídos pela empresa.
Segundo a nota do Serono, a
substituição é para "evitar maiores conturbações comerciais".
Salmeron disse que não caberia a
ele explicar a razão da inclusão do
Serofene na lista do governo, mas
assegurou que não há exame comprovando a falsificação.
O chefe da Vigilância Sanitária
em Campo Grande, Antônio Carlos Cardoso, disse que a Polícia Civil será acionada para verificar se
um produto falso foi colocado à
venda. "Cumprimos a determinação do ministério e só ele pode explicar os motivos da inclusão do
remédio na lista", disse Cardoso.
Outro remédio apreendido anteontem pela Vigilância Sanitária
foi o Pletil, indicado para combater fungos no organismo.
A lista do Ministério aponta o remédio como "falsificado e com
mudanças na embalagem".
O dono da farmácia onde o medicamento foi apreendido explicou que a caixa era diferente de
outras sete que também estavam à
venda. Ele não soube dizer a procedência do medicamento.
A assessoria de imprensa do ministério disse que só na segunda-feira haverá uma resposta oficial sobre a possível falha na lista.
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