São Paulo, sábado, 18 de julho de 1998

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TRÂNSITO

Novo diretor do Denatran quer redução de multas

ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

O novo diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Gidel Dantas, defendeu ontem a redução de multas e a eliminação da contagem de pontos para efeito de suspensão da carteira de motorista nas infrações leves.
"Um cidadão não pode ter sua carteira suspensa porque, numa emergência, estacionou na faixa destinada a pedestres. Isso é passível de revisão, bem como os valores das multas aplicadas em infrações leves que não colocam em risco a segurança das pessoas", disse.
Nomeado para o cargo na última terça-feira, Dantas afirmou que esses valores devem ser revistos.
Se um motorista cometer sete infrações leves, poderá ter a habilitação suspensa por até dois anos e pagar quase R$ 350 de multas.
"As multas pesadas e a contagem para as infrações graves e gravíssimas podem até ser aumentadas para coibir práticas que colocam em risco a vida, como embriaguez, avanço de sinal e excesso de velocidade", disse o diretor.
Segundo ele, a modificação do novo código este ano enfrenta dificuldades por causa das eleições. Na sua avaliação, o governo será acusado de fazer ato eleitoreiro se atender às reclamações do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que considera as multas muito altas.

Inspeção
Até novembro, o Ministério da Justiça terá de definir a licitação sobre as empresas que poderão fazer inspeção veicular anual dos carros e a implantação das novas regras que tornam mais rígidos a formação de motoristas.
Para Dantas, médias empresas desvinculadas das grandes companhias de peças de carros deverão ser escolhidas para prestar os serviços de inspeção. Ele disse que a licitação deverá permitir a participação de consórcios entre empresas nacionais e internacionais.
O novo diretor do Denatran afirmou que a inspeção veicular deve começar a ser implantada em março de 1999 e só irá ser adotada em todo o país em quatro anos.
Segundo ele, a inspeção deve avaliar pelo menos cinco itens -freios, sistema de direção, suspensão, pneus e iluminação- com um custo para o dono do carro de cerca de R$ 50. Isso movimentaria R$ 1,3 bilhão por ano.



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