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URBANISMO
Bairro conta com 1.215 estabelecimentos
79% do comércio
não tem alvará
da Sucursal do Rio
A Rocinha é um bairro vaidoso.
Pesquisa da Acibro (Associação
Comercial da Rocinha) mostra
que, entre os 1.215 estabelecimentos comerciais cadastrados na associação, 42 são salões de beleza.
"Juntei dinheiro para montar o
meu salãozinho aqui. Fico mais
perto dos filhos e ganho mais do
que ganhava em Copacabana",
diz Lourdes Maria Pereira, 43, que
há quatro meses pediu demissão
como assistente de cabeleireiro
para cuidar de seu próprio salão.
A Rocinha também é um bairro
de quem gosta de tomar uma cervejinha: são 329 bares registrados.
Há ainda nove restaurantes, 34
lanchonetes, 16 sorveterias, quatro bufês e duas empresas que fabricam "quentinhas" -comida
já pronta, vendida em embalagens para consumo doméstico.
Outra característica do bairro é
o alto índice de estabelecimentos
comerciais que funcionam de forma irregular. A pesquisa da Acibro mostra que 79,4% das empresas funcionam sem alvará.
"Temos o receio de que medidas para legalizar as empresas
aqui acabem prejudicando o comércio. Por isso, queremos fazer
uma mobilização para que tenhamos taxas e impostos diferenciados", diz Valquíria Dias, dona do
jornal "Correio Zona Sul" -legalizado- e diretora da associação.
A pesquisa -feita em parceria
com a Secretaria Municipal de
Trabalho e respondida por 853
dos 1.215 estabelecimentos cadastrados- mostra que a grande
maioria dos empresários da Rocinha são homens: 70,5% do total.
A baixa instrução é outra característica: 52,5% têm 1º grau incompleto, 13,9% completaram o 1º
grau, e 8,6% não têm nenhuma
instrução. Dos entrevistados, só
1,4% concluiu curso superior.
De acordo com dados do censo
do IBGE de 1991, há 18,5% analfabetos com mais de 15 anos na Rocinha. A taxa média de analfabetismo no Rio é de 6,1%, e a média
nas favelas cariocas é de 15,4%.
O bairro tem quatro escolas, 39
salas de aula e 13 mil crianças em
idade escolar (até 14 anos), de
acordo com dados do IplanRio.
Há duas unidades de saúde ligadas ao SUS -uma Unidade Auxiliar de Cuidados Primários, ligada
à Secretaria Municipal de Saúde, e
um posto mantido pela Associação de Moradores.
A pesquisa mostra também que
os estabelecimentos comerciais
da Rocinha empregam pouco. Há
apenas 604 pessoas empregadas
-um índice de 0,7 vaga por estabelecimento. Isso significa que,
em sua grande maioria, os estabelecimentos são empresas de subsistência, onde o dono é a única
pessoa a trabalhar.
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