São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Polícia acha bomba em agência do INSS

Artefato estava em posto de Presidente Prudente; chefe da PF na cidade disse que participação do PCC não é descartada

Atendimento foi suspenso após objeto ser encontrado; também na cidade, dois carros e a casa de um agente foram atingidos por tiros


CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Uma bomba de fabricação caseira foi encontrada no início da manhã de ontem na agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo).
Por orientação da polícia, a gerência do órgão suspendeu os atendimentos previstos para ontem e determinou que todos os funcionários e segurados deixassem o local. A agência, que atende em média 800 pessoas por dia, deve ser reaberta normalmente hoje.
O objeto, um cilindro preto, enrolado com fita isolante e com dez pequenas bolas de chumbo e pólvora, foi localizado por volta das 7h, horário de intenso movimento, no jardim da entrada do prédio, local onde as pessoas formam fila à espera do chamado para agendamento de consultas e exames.
Segundo funcionários, o vigia de um estacionamento em frente ao prédio atendeu a ligação de um homem que deu a localização exata do objeto. A Polícia Militar foi chamada e desativou o artefato, levado em seguida para a Polícia Federal.
O delegado-chefe da Polícia Federal de Presidente Prudente, Luiz Pontel, afirmou que não é descartada a participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) no episódio.
"Não temos nada de concreto sobre isso [eventual participação do PCC], mas, por norma, a Polícia Federal não descarta nenhuma hipótese. Ainda mais diante dessa onda de ataques que vem ocorrendo no Estado de São Paulo e pela situação da região." Com 35 presídios espalhados pela região, o oeste paulista possui unidades prisionais que abrigam os principais chefes da facção.
A Polícia Federal vai ser a responsável pelas investigações sobre o caso. À tarde, começaram a ser ouvidos os funcionários de comércios vizinhos, alguns servidores da Previdência Social e segurados que estavam na fila quando o material foi recolhido.
"Segundo nos informaram os comandantes da Polícia Militar, é um artefato com um poder lesivo pequeno e que é detonado após um impacto, ou seja, quando é arremessado", disse o delegado.
Também em Presidente Prudente, dois carros e a fachada da casa de um agente penitenciário foram atingidos por seis tiros na madrugada de ontem.

Tiros e ameaça
O agente, de 34 anos, que trabalha na penitenciária de Martinópolis (553 km a oeste de São Paulo), estava dormindo no momento. Ele registrou um boletim de ocorrência, relatando que, por volta das 3h, dois homens numa motocicleta passaram pelo local e atiraram. Ninguém ficou ferido.
O delegado seccional da cidade, Marcos Mourão, disse que a vingança é a principal linha de investigação. "Informações disponíveis até o momento não levam à conclusão de que o fato tem relação com a onda de ataques da facção que age em São Paulo", afirmou.
Ainda segundo o delegado, a ação pode ter acontecido porque o agente teria flagrado e denunciado recentemente um preso com maconha dentro da cela. O detento foi punido na prisão e teria feito ameaças ao trabalhador.


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