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Polícia acha bomba em agência do INSS
Artefato estava em posto de Presidente Prudente; chefe da PF na cidade disse que participação do PCC não é descartada
Atendimento foi suspenso
após objeto ser encontrado; também na cidade, dois carros e a casa de um agente foram atingidos por tiros
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
Uma bomba de fabricação caseira foi encontrada no início
da manhã de ontem na agência
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) de Presidente
Prudente (565 km a oeste de
São Paulo).
Por orientação da polícia, a
gerência do órgão suspendeu os
atendimentos previstos para
ontem e determinou que todos
os funcionários e segurados
deixassem o local. A agência,
que atende em média 800 pessoas por dia, deve ser reaberta
normalmente hoje.
O objeto, um cilindro preto,
enrolado com fita isolante e
com dez pequenas bolas de
chumbo e pólvora, foi localizado por volta das 7h, horário de
intenso movimento, no jardim
da entrada do prédio, local onde as pessoas formam fila à espera do chamado para agendamento de consultas e exames.
Segundo funcionários, o vigia
de um estacionamento em
frente ao prédio atendeu a ligação de um homem que deu a localização exata do objeto. A Polícia Militar foi chamada e desativou o artefato, levado em
seguida para a Polícia Federal.
O delegado-chefe da Polícia
Federal de Presidente Prudente, Luiz Pontel, afirmou que
não é descartada a participação
do PCC (Primeiro Comando da
Capital) no episódio.
"Não temos nada de concreto
sobre isso [eventual participação do PCC], mas, por norma, a
Polícia Federal não descarta
nenhuma hipótese. Ainda mais
diante dessa onda de ataques
que vem ocorrendo no Estado
de São Paulo e pela situação da
região." Com 35 presídios espalhados pela região, o oeste paulista possui unidades prisionais
que abrigam os principais chefes da facção.
A Polícia Federal vai ser a
responsável pelas investigações sobre o caso. À tarde, começaram a ser ouvidos os funcionários de comércios vizinhos, alguns servidores da Previdência Social e segurados que
estavam na fila quando o material foi recolhido.
"Segundo nos informaram os
comandantes da Polícia Militar, é um artefato com um poder lesivo pequeno e que é detonado após um impacto, ou seja, quando é arremessado", disse o delegado.
Também em Presidente Prudente, dois carros e a fachada
da casa de um agente penitenciário foram atingidos por seis
tiros na madrugada de ontem.
Tiros e ameaça
O agente, de 34 anos, que trabalha na penitenciária de Martinópolis (553 km a oeste de
São Paulo), estava dormindo no
momento. Ele registrou um boletim de ocorrência, relatando
que, por volta das 3h, dois homens numa motocicleta passaram pelo local e atiraram. Ninguém ficou ferido.
O delegado seccional da cidade, Marcos Mourão, disse que a
vingança é a principal linha de
investigação. "Informações
disponíveis até o momento não
levam à conclusão de que o fato
tem relação com a onda de ataques da facção que age em São
Paulo", afirmou.
Ainda segundo o delegado, a
ação pode ter acontecido porque o agente teria flagrado e denunciado recentemente um
preso com maconha dentro da
cela. O detento foi punido na
prisão e teria feito ameaças ao
trabalhador.
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