São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Motoqueiros assaltam grupo de turistas estrangeiros no Rio

Em inglês, guia teve de orientá-los: "Mantenham a calma, estamos sendo assaltados"

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

"Stay calm, we are being robbed" (Mantenham a calma, estamos sendo assaltados). Foi assim que um guia traduziu para o grupo de turistas que passeava na Lapa (centro do Rio), anteontem à tarde, o momento em que eram roubados. Dos 14 turistas, 6 foram alvo da ação.
Ontem de manhã, foi a vez de chineses serem assaltados quando passeavam por Copacabana, a pouco mais de um quilômetro do local onde um jovem português de 19 anos foi assassinado a facada na segunda-feira. Os assaltos a turistas no Rio cresceram 6,5% até julho, em relação ao mesmo período do ano passado.
No crime na Lapa, o grupo de diferentes nacionalidades se preparava, às 16h de anteontem, para sair numa van quando foi abordado por seis homens em três motos, armados com pelo menos uma pistola.
Três deles entraram na van com os turistas. Um tomou a direção e guiou pelo centro. Durante o assalto, o veículo foi escoltado pelas motocicletas. Os turistas foram deixados na van dez minutos depois numa rua de Santa Teresa, bairro vizinho.
"Posso até voltar ao Brasil um dia, mas nunca mais ao Rio. Nem contei para meus pais que fui assaltada para que eles não fiquem preocupados", disse a sul-africana Iolanda Jobert, 25, que perdeu quase R$ 1.000 e a câmera. Ela e dois amigos estiveram até quarta num congresso de bioinformática no Ceará.
Wilson Neves Júnior, dono da agência de turismo que fazia o passeio, disse que costuma dar dicas de segurança a turistas, "sem assustá-los demais".
"Mas não é possível que não se possa levar um grupo para passear na Lapa às 4 horas da tarde. É absurdo que um ponto como a escadaria da Lapa, que já foi palco de clipe do U2 e do Snoop Dog, onde várias modelos internacionais posam para fotos de catálogos e que é cartão-postal do Rio, não possa ser visitado. Vou ter que cortar esse ponto do passeio", disse.
O titular da Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista), Ricardo Andreolo, disse que não tem registro de quadrilhas que hajam dessa forma, mas investigará o caso com a delegacia do centro.

Chineses
Na tarde de ontem, enquanto os repórteres aguardavam na delegacia do turista o fim do registro de ocorrência do grupo assaltado no centro, chegaram cinco chineses muito assustados, integrantes do governo daquele país, que haviam sido, horas antes, assaltados na praia de Copacabana.
Dois homens com facas os abordaram quando eles passeavam, por volta das 6h45, no calçadão da praia. A filmadora de última geração que carregavam foi roubada.
Na confusão, um deles levou um soco no rosto e outro foi empurrado e caiu no chão.


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