São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NARCOTRÁFICO

Revista em presídio de segurança máxima mostra que, mesmo sob a supervisão da PM, falhas na vigilância continuam

Polícia acha celulares e drogas em Bangu 1

DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo após a Polícia Militar ter assumido a segurança do presídio Bangu 1, celulares e drogas continuam entrando na unidade.
Em operação realizada ontem, agentes da Polícia Interestadual encontraram dois celulares, dois carregadores e uma pequena quantidade de maconha na galeria A, mesmo local onde estava o traficante Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Ontem, havia 18 presos na galeria.
O chefe da operação, delegado Luiz Antônio Buzinaro, afirmou que um dos celulares entrou no presídio no domingo, dia de visitas para os presos. O aparelho estava envolto em uma camisinha, o que indica que teria entrado no presídio dentro da vagina da mulher de um detento.
O delegado afirmou também que os celulares foram encontrados dentro de uma televisão e sobre a laje de uma das celas, e que ainda não há pistas de quem estaria usando os aparelhos.
Na operação, foi encontrada uma fotografia da modelo Viviane Araújo, namorada do cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, que está sendo investigado por suposto crime de associação com traficantes do Jacarezinho. A foto tinha dedicatória para o traficante Daniel Fragoso da Silva Filho, o Dani do Jacarezinho, preso em Bangu 2.
A dedicatória -"Para um grande amigo, um forte abraço e um grande beijo"- tinha a data de 16 de fevereiro. Viviane não foi localizada pela Folha para comentar o assunto.
Buzinaro disse que, na rebelião de quarta-feira, em que morreram quatro presos, um dos alvos da quadrilha de Beira-Mar era o traficante Marcelo PQD, do Terceiro Comando. Armado com uma pistola, PQD teria atirado duas vezes em integrantes do Comando Vermelho, que desistiram de matá-lo e resolveram atacar Uê e outros membros da ADA.
O delegado-titular da Draco (Delegacia de Repressão a Ações Criminosas), Ricardo Hallak, disse que só após o final dos depoimentos decidirá se pede a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de alguns dos 21 agentes penitenciários que trabalhavam em Bangu 1 na véspera e no dia da rebelião. "Mas a conivência está provada porque os presos tinham quatro pistolas, três estavam com o Comando Vermelho e uma com o Terceiro Comando", disse.


Texto Anterior: Transferência de Beira-Mar para a ilha das Cobras divide ministros
Próximo Texto: Estado é vítima de "discriminação", afirma secretário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.