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BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE
Ainda faltam alvarás; execução do projeto deve custar R$ 7 milhões
Reforma só deve acabar em 2004
DA REPORTAGEM LOCAL
A reforma da Biblioteca Municipal Mário de Andrade deverá ser concluída apenas no primeiro semestre de 2004, e não
mais em janeiro de 2003, conforme o inicialmente previsto.
O prédio, inaugurado em
1942, terá sua área ampliada de
11 mil m2 para 16 mil m2. Ele ganhará novo auditório, um depósito subterrâneo de três pavimentos e ainda dois terraços envidraçados -o primeiro para a
rua da Consolação, o segundo
para a praça D. José Gaspar-
que deverão quase triplicar a superfície das salas de leitura.
"A reforma não é para deixar a
biblioteca bonita", afirma o diretor José Castilho Marques Neto, 49, "mas para que ela [a biblioteca" se viabilize".
O atraso está de certo modo ligado à ambição do projeto, cuja
execução custará R$ 7 milhões
ao orçamento municipal.
Para a escavação do "bunker"
de três pavimentos, entre o atual
edifício e a rua Bráulio Gomes, a
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização) precisou fazer
uma prospecção do solo, que foi
apenas anteontem concluída.
Sem ela, o escritório de arquitetura Fábio Penteado não poderia terminar a planta detalhada, necessária, por sua vez, para
a abertura das licitações.
Há ainda consultas e alvarás a
serem obtidos dentro da prefeitura, como o do Departamento
de Patrimônio Histórico, ou fora dela, como no Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), já que o prédio
se localiza pertinho da tombada
ladeira da Memória. Também é
preciso receber o sinal verde do
Ministério Público do Meio
Ambiente, já que algumas árvores do entorno mudarão de lugar ou serão sacrificadas.
A Mário de Andrade está se
desligando do Departamento de
Bibliotecas da Secretaria Municipal de Cultura. Será uma autarquia, mesmo estatuto do
Centro Cultural São Paulo. Até
os anos 60, era ela que centralizava compras e catalogação da
rede de bibliotecas municipais.
Sua revitalização, no quadro
das políticas destinadas a tornar
o centro histórico mais dinâmico e atraente, também deve ser
acompanhada da redefinição de
sua missão cultural, diz o seu diretor. É um trabalho a ser iniciado com uma avaliação precisa
do acervo. A biblioteca desconhece, por exemplo, se tem 350
mil ou 600 mil livros. Quanto
aos documentos, eles podem ser
tanto 1 milhão quanto o triplo
disso.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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