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Dez professores são detidos no MA
FÁTIMA LESSA
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
Dez professores da rede estadual de ensino foram detidos ontem após confronto com policiais
do Batalhão de Missões Especiais
da Polícia Militar do Maranhão,
em São Luís.
O incidente aconteceu por volta
das 13h, durante manifestação
dos docentes em frente ao Palácio
do Leões, sede do governo do Estado. Cerca de 1.500 professores
(segundo a polícia) ou 3.000 (de
acordo com a categoria) participaram do protesto.
Além dos professores, foi preso
o motorista do carro de som que
era usado no protesto. Seu nome
não foi divulgado.
Depois de soltos, os professores
detidos foram encaminhados ao
IML (Instituto Médico Legal), para fazer exame de corpo de delito.
Eles declararam ter sido feridos
no choque com policiais, que usaram cassetetes e gás lacrimogêneo. O comandante do batalhão,
major José Frederico Gomes Pereira, por outro lado, disse que
policiais sob o seu comando foram agredidos pelos grevistas. Sobre a prisão do motorista, o major
afirmou que ele foi preso por perturbação da ordem pública.
A manifestação ocorreu depois
de assembléia dos professores, na
qual foi decidida a continuidade
da greve, que já dura 15 dias.
Uma decisão da Justiça maranhense, no terceiro dia da paralisação, considerou a greve ilegal e
fixou multa de R$ 50 mil por dia
de descumprimento.
O desembargador Raimundo
Freire Cutrim, do Tribunal de Justiça, expediu uma ordem de prisão da presidente em exercício do
sindicato dos professores, Janice
Nery, por "descumprimento de
ordem judicial". Professores se
concentravam ontem em frente
ao plantão da Polícia Civil para
evitar a prisão dela.
O impasse entre professores e
governo do Estado começou após
a edição de três medidas provisórias pelo governador do Estado,
José Reinaldo Tavares (PFL).
Entidades sindicais ligadas aos
docentes consideram que as medidas possibilitaram o descumprimento de acordos negociados
em campanhas salariais ocorridas
no ano passado.
Segundo o secretário da Educação, Altemar Lima, a edição das
medidas foi necessária em razão
da impossibilidade de o governo
cumprir os acordos. "O governo
não interrompeu as negociações."
Na reunião ocorrida anteontem
entre representantes dos grevistas
e o secretário do Planejamento,
Simão Cirineu, o governo propôs
conceder reajuste em duas vezes,
em março e outubro de 2005.
Também se comprometeu a
editar uma nova medida que vai
tratar de progressões, promoções
e titulações previstas no Estatuto
do Magistério e que haviam sido
revogadas por medida provisória.
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