São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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Dez professores são detidos no MA

FÁTIMA LESSA
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Dez professores da rede estadual de ensino foram detidos ontem após confronto com policiais do Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar do Maranhão, em São Luís.
O incidente aconteceu por volta das 13h, durante manifestação dos docentes em frente ao Palácio do Leões, sede do governo do Estado. Cerca de 1.500 professores (segundo a polícia) ou 3.000 (de acordo com a categoria) participaram do protesto.
Além dos professores, foi preso o motorista do carro de som que era usado no protesto. Seu nome não foi divulgado.
Depois de soltos, os professores detidos foram encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal), para fazer exame de corpo de delito.
Eles declararam ter sido feridos no choque com policiais, que usaram cassetetes e gás lacrimogêneo. O comandante do batalhão, major José Frederico Gomes Pereira, por outro lado, disse que policiais sob o seu comando foram agredidos pelos grevistas. Sobre a prisão do motorista, o major afirmou que ele foi preso por perturbação da ordem pública.
A manifestação ocorreu depois de assembléia dos professores, na qual foi decidida a continuidade da greve, que já dura 15 dias.
Uma decisão da Justiça maranhense, no terceiro dia da paralisação, considerou a greve ilegal e fixou multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento.
O desembargador Raimundo Freire Cutrim, do Tribunal de Justiça, expediu uma ordem de prisão da presidente em exercício do sindicato dos professores, Janice Nery, por "descumprimento de ordem judicial". Professores se concentravam ontem em frente ao plantão da Polícia Civil para evitar a prisão dela.
O impasse entre professores e governo do Estado começou após a edição de três medidas provisórias pelo governador do Estado, José Reinaldo Tavares (PFL).
Entidades sindicais ligadas aos docentes consideram que as medidas possibilitaram o descumprimento de acordos negociados em campanhas salariais ocorridas no ano passado.
Segundo o secretário da Educação, Altemar Lima, a edição das medidas foi necessária em razão da impossibilidade de o governo cumprir os acordos. "O governo não interrompeu as negociações."
Na reunião ocorrida anteontem entre representantes dos grevistas e o secretário do Planejamento, Simão Cirineu, o governo propôs conceder reajuste em duas vezes, em março e outubro de 2005.
Também se comprometeu a editar uma nova medida que vai tratar de progressões, promoções e titulações previstas no Estatuto do Magistério e que haviam sido revogadas por medida provisória.


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