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NOVA CONCORRÊNCIA
Desde 1941, 11 repartições controlavam todos os registros
Justiça quebra oligopólio de cartórios no Rio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O Tribunal de Justiça do Rio publicou anteontem resolução no
"Diário Oficial" criando mais 18
cartórios de registros de imóveis
na capital fluminense.
A medida acabará com uma espécie de oligopólio que existia no
setor, que desde 1941 mantinha
apenas 11 cartórios controlando
todos os registros de imóveis na
cidade do Rio de Janeiro.
Autor da resolução, o corregedor-geral do TJ-RJ, desembargador José Lucas Alves de Brito, afirmou que a implantação da nova
ordem só deverá ocorrer no ano
que vem.
Segundo ele, após a publicação
da resolução, os proprietários dos
atuais 11 cartórios têm um prazo
de 30 dias para escolher a circunscrição em que pretendem se instalar. Esgotado este prazo, eles terão 60 dias para providenciar novas instalações para o cartório.
Vencidos os dois prazos, o TJ
abrirá um concurso público para
notários -12 das vagas serão para novos proprietários.
As seis restantes serão preenchidas em um concurso de remoção
disputado por chefes de cartórios
interessados em mudar de circunscrição, inclusive de outros
municípios do Estado.
Os estabelecimentos que ficarem sem proprietários passarão a
ser comandados por funcionários
responsáveis pelo expediente até
a abertura de um outro concurso.
Em entrevista por e-mail à Folha, o corregedor afirmou ser necessária a redistribuição dos cartórios na capital devido ao crescimento do Rio.
"Havia uma necessidade de
aproximar os cartórios da população. O impacto será sentido pelos usuários, que terão serviços
mais eficientes e próximos. A cidade cresceu, não se justifica mais
a existência de apenas 11 cartórios
com tais atribuições", afirmou o
corregedor.
Para Brito, os 11 cartórios atuais
"não obedecem qualquer critério
de racionalidade e abrangem
áreas descontínuas".
O corregedor disse que a média
de faturamento dos cartórios de
registro de imóveis no Rio é de,
em valores brutos, de R$ 353,5 mil
mensais.
A criação de 18 novos cartórios
foi aprovada pelo Órgão Especial
do TJ-RJ por 17 votos a 5.
Prejuízos
Representantes da Associação
de Notários e Registradores do
Estado do Rio disseram ser contra
a medida. Segundo eles, a criação
de novos cartórios de registros de
imóveis no Rio é inconstitucional
e só poderia ocorrer por intermédio de uma lei. Alegaram ainda
que terão grandes prejuízos porque, segundo eles, um cartório
não costuma dar lucro e, se dividi-los em outros, será pior ainda.
A entidade informou que estuda entrar com um mandado de
segurança contra a resolução. O
corregedor-geral do TJ-RJ garante que a medida é constitucional.
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