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SAÚDE/OBSTETRÍCIA
Pelo novo método, parte dos tecidos que ficam antes do útero é aberta com os dedos
Técnica de cesárea acelera a recuperação após o parto
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma nova técnica de cesariana
promete reduzir o tempo cirúrgico, a dor e melhorar a recuperação da mulher no pós-parto. Chamado de cesárea minimamente
invasiva, o método já é utilizado
nos Estados Unidos, na Europa,
na China e na Índia e agora ganha
adeptos no Brasil.
A idéia central do procedimento, criado em Israel, é traumatizar
o mínimo possível os sete tecidos
abdominais que precisam ser
abertos antes da retirada do bebê.
Pela técnica tradicional são realizados sete cortes: pele, gordura,
fáscia muscular, músculo, peritônio parietal (colado embaixo do
músculo), peritônio visceral (que
reveste a parede do útero) e, por
fim, o útero. Na cesárea menos invasiva são cortadas apenas as três
primeiras camadas. As demais
são separadas com os dedos.
O procedimento também tem
vantagem no fechamento dos tecidos. Durante a sutura, o peritônio e os músculos são poupados
-porque conseguem se fechar
sozinhos- e a pele pode receber
cola biológica em vez de pontos.
A técnica resulta em menos sangramento durante a cirurgia, menor número de pontos e redução
do uso de analgésicos, diz o ginecologista e obstetra Thomaz Gollop, professor da USP e um dos
introdutores da técnica no Brasil.
"É difícil a reformulação de conceitos arraigados na formação do
médico. Mas a técnica é extremamente eficaz e preconizada pela
OMS [Organização Mundial da
Saúde]", afirma Gollop. Para ele, a
técnica também é mais econômica porque envolve menos pontos
e menor tempo cirúrgico.
O professor titular de obstetrícia
da Unicamp João Luiz Pinto e Silva diz que a técnica não traz novidades. "Não conheço rotas alternativas aqui, em Israel ou em outro lugar do mundo a não ser a
técnica que todo médico usa.
Abrir os tecidos com os dedos ou
não, depende de cada cirurgião.
Acho que é apenas mais uma forma de fazer a cesárea", afirmou.
O ginecologista e obstetra dos
hospitais Albert Einstein e São
Luiz Rubens Paulo Gonçalves utiliza a técnica há um ano e meio.
"Não há dúvidas de que a mulher
terá uma recuperação melhor
porque seus tecidos serão menos
lesados e porque há menos rompimento de vasos", diz ele.
Luiz Camano, professor titular
da Unifesp e presidente da Comissão Nacional de Assistência ao
Parto, diz que a nova cesárea não
apresenta grandes variações em
relação à cesárea tradicional.
"Esse método tem apenas algumas particularidades. O resultado
efetivo que você consegue é uma
cirurgia mais rápida e com economia na quantidade de fios que seriam usados nos pontos", diz.
(FERNANDA BASSETTE e CLÁUDIA COLLUCCI)
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