São Paulo, quinta, 18 de setembro de 1997.



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Ozônio é ao mesmo tempo vilão e protetor

da Reportagem Local

O gás ozônio (O3) pode ser maléfico ou benéfico para o homem, dependendo de onde ele é encontrado.
Na baixa atmosfera, também chamada de troposfera (camada que vai da superfície até cerca de 12 km de altitude), o ozônio funciona como um poluente do ar.
Quando há excesso de ozônio perto da superfície, como foi verificado ontem em algumas áreas da Grande São Paulo, ocorre um aumento na incidência de problemas respiratórios e irritação nos olhos, nariz e garganta.
Na estratosfera (porção da atmosfera situada acima de 12 km de altitude), o ozônio forma uma camada que protege a Terra dos efeitos prejudiciais da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.
Esse tipo de radiação, invisível e diferente da conhecida luz solar, aumenta a incidência de câncer, sobretudo o de pele, em pessoas expostas em excesso aos raios ultravioleta.
Há um buraco na camada protetora de ozônio sobre o continente antártico, causado pelo gás CFC (clorofluorcarboneto), usado nos sistemas de refrigeração de geladeira e de ar-condicionado.
O CFC produzido na superfície consegue chegar até a camada de ozônio, danificando-a.
Segundo o físico Volker Kirchhoff, chefe do laboratório de ozônio do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), essa ascensão não ocorre com o ozônio gerado na baixa atmosfera.
"O ozônio da superfície, com raríssimas exceções, não atinge a camada de ozônio lá em cima e vice-versa", disse Kirchhoff.
A própria origem dos dois ozônio -o ruim, da baixa atmosfera, e o bom, da alta atmosfera- é completamente diferente.
Na superfície, o ozônio só se forma a partir de reações fotoquímicas -que só ocorrem na presença da luz solar- de poluentes emitidos por carros e indústrias.
Na estratosfera, a ação dos raios ultravioleta quebra o oxigênio (O2), iniciando o ciclo da formação do ozônio. (MP)


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