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Calor facilita incêndios em favelas
DA REPORTAGEM LOCAL
Um incêndio de meia hora destruiu ontem de manhã 25 barracos da favela Sucupira (zona norte
de SP), deixando 114 pessoas desabrigadas. As cenas dos moradores da favela tentando salvar os
pertences se repetiram pela sétima vez desde segunda-feira, seis
vezes na capital e uma em São
Bernardo do Campo (ABC).
O número de incêndios nos últimos três dias já é igual ao total de
2001. Neste ano, a Sehab (Secretaria da Habitação e do Desenvolvimento Urbano) anotou 20 casos.
Ao lado das condições precárias
das favelas (ligações clandestinas
de energia e barracos colados), a
alta temperatura agrava o risco de
incêndios, pois resseca a madeira
e ajuda o fogo a se propagar.
Para o pesquisador José Carlos
Tomina, da área de segurança
contra o fogo do IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas), a união
dos fatores é a principal razão para as chamas que atingiram 232
pessoas. "A favela tem, de um lado, o combustível, a grande quantidade de madeira, e, do outro,
forte risco de produção de faíscas.
O tempo seco facilita o pior."
A base do problema, segundo
ele, é o déficit habitacional em São
Paulo, que empurra pelo menos 1
em cada 10 moradores para favelas, cortiços ou casas improvisadas, segundo o Censo 2000.
Moradores da favela Sucupira
estavam na "fila" para irem para
um conjunto habitacional. A Sehab estuda fazer com que se mudem até o fim do ano, "furando a
fila", diz André Leonardi, chefe de
gabinete da pasta. A Sehab já gastou neste ano R$ 4,8 milhões em
atendimentos de emergência (inclui inundações e desabamentos).
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