São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 2006

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Ibama pára obra ferroviária do governo Lula

Transnordestina, uma das principais ações federais, é embargada após passar por inspeção ambiental

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Uma das maiores obras do governo Luiz Inácio Lula da Silva em curso, a construção da ferrovia Transnordestina, na divisa entre Pernambuco e Ceará, está parada há uma semana, após um embargo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
A paralisação aconteceu depois de uma vistoria do órgão, nos dias 5 e 6 de setembro, que concluiu haver devastação ambiental em áreas de preservação permanente, falta de licença para o canteiro de obras e o não-cumprimento de exigências previstas na licença de instalação concedida.
A construção do primeiro trecho da ferrovia, de 110 quilômetros de extensão, entre os municípios de Salgueiro (PE) e Missão Velha (CE), começou em julho e está sob responsabilidade da CFN (Companhia Ferroviária do Nordeste), empresa privada com sede em Fortaleza. Ao todo, a obra deverá ter quase 2.000 quilômetros de trilhos, entre linhas novas e algumas antigas a serem recuperadas, com um custo previsto de R$ 4,5 bilhões.
O projeto pretende ligar, com malha ferroviária, os portos do Pecém (CE) e de Suape (PE) com o cerrado piauiense, além de criar acessos para melhorar o fluxo da produção de todo o interior nordestino.
Além do embargo, o Ibama aplicou uma multa de quase R$ 280 mil. A CFN ainda estuda se vai recorrer do pagamento.
Entre as exigências não cumpridas estão o cadastro das famílias a serem reassentadas e a ausência de relatórios sobre o patrimônio arqueológico.
O diretor administrativo da CFN, Jorge Luiz de Melo, afirmou que a empresa espera que o Ibama libere a obra, pois as exigências já estão sob análise do órgão. A previsão para o término dos primeiros 110 quilômetros deve ser mantida para o final do próximo ano.


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