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Ibama pára obra ferroviária do governo Lula
Transnordestina, uma das principais ações federais, é embargada após passar por inspeção ambiental
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Uma das maiores obras do
governo Luiz Inácio Lula da Silva em curso, a construção da
ferrovia Transnordestina, na
divisa entre Pernambuco e
Ceará, está parada há uma semana, após um embargo do
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis).
A paralisação aconteceu depois de uma vistoria do órgão,
nos dias 5 e 6 de setembro, que
concluiu haver devastação ambiental em áreas de preservação permanente, falta de licença para o canteiro de obras e o
não-cumprimento de exigências previstas na licença de instalação concedida.
A construção do primeiro
trecho da ferrovia, de 110 quilômetros de extensão, entre os
municípios de Salgueiro (PE) e
Missão Velha (CE), começou
em julho e está sob responsabilidade da CFN (Companhia
Ferroviária do Nordeste), empresa privada com sede em
Fortaleza. Ao todo, a obra deverá ter quase 2.000 quilômetros
de trilhos, entre linhas novas e
algumas antigas a serem recuperadas, com um custo previsto
de R$ 4,5 bilhões.
O projeto pretende ligar, com
malha ferroviária, os portos do
Pecém (CE) e de Suape (PE)
com o cerrado piauiense, além
de criar acessos para melhorar
o fluxo da produção de todo o
interior nordestino.
Além do embargo, o Ibama
aplicou uma multa de quase R$
280 mil. A CFN ainda estuda se
vai recorrer do pagamento.
Entre as exigências não cumpridas estão o cadastro das famílias a serem reassentadas e a
ausência de relatórios sobre o
patrimônio arqueológico.
O diretor administrativo da
CFN, Jorge Luiz de Melo, afirmou que a empresa espera que
o Ibama libere a obra, pois as
exigências já estão sob análise
do órgão. A previsão para o término dos primeiros 110 quilômetros deve ser mantida para o
final do próximo ano.
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