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Religioso nega ter errado e afirma que "a vida é um risco"
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Após denunciar ter sido vítima de extorsão por parte de um
ex-interno da antiga Febem
por três anos, o padre Júlio
Lancelotti disse ontem não
achar que errou. "Se Jesus tivesse tomado muito cuidado,
não teria morrido na cruz, né?
Teria morrido idoso numa cama", disse. "Eu acho que a gente deve ser prudente, mas a vida
é um risco, o amor é um risco."
Sobre as lições que tirou do
caso, ele diz ter aprendido que
"a gente tem que ser sempre
humilde, e saber que somos
vulneráveis, e saber que não há
amor sem dor e que o sofrimento faz parte da nossa vida". E
completou: "E que as pessoas
não são como nós queremos".
Ele disse que não sabia que o
ex-interno Anderson Marcos
Batista tinha ficha na polícia.
Questionado se sabia que o ex-interno agredia a mulher, respondeu: "Isso eu sabia. Há muitos boletins de ocorrência, mas
ela retirava a queixa". Sobre os
bens de Batista, o religioso disse, inicialmente, não saber se
ele era rico. Quando questionado mais uma vez, ele disse que
"para isso existe um inquérito
na polícia. Eu não sou o juiz".
A Folha entrevistou o padre
Júlio no final da tarde de ontem, na catedral da Sé, depois
da missa em que o arcebispo de
São Paulo dom Odilo Scherer
comunicou que o papa Bento
16 irá nomeá-lo cardeal. Mais
tarde, por telefone, o pároco
afirmou que vai aceitar a oferta
de proteção policial. Serão deslocados policiais para fazer
ronda em sua casa e acompanhá-lo em alguns eventos.
O padre Júlio comprou recentemente um imóvel vizinho
à Casa Vida 2, na Mooca (zona
leste), entidade que acolhe
crianças portadoras de HIV.
No novo espaço, ele quer fundar uma república para acolher
jovens de 18 e 19 anos.
Colaborou GILMAR PENTEADO, da Reportagem
Local
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