São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Serra acusa Paulinho de ser responsável pelo conflito entre PMs e policiais civis

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, José Serra, acusou o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, de ser um dos responsáveis pelo conflito entre policiais civis e militares, que deixou 25 feridos anteontem próximo ao Palácio dos Bandeirantes.
Para o governador, o pedetista utiliza a greve dos policiais civis para criar uma "cortina de fumaça" sobre os "escândalos" que o envolvem.
"O evento de ontem foi programado, foi proposto, inclusive como forma de organização, por um desses líderes [políticos] que é o Paulinho da Força Sindical, aliás um deputado envolvido em escândalos que tem um processo de cassação em andamento", afirmou ele. "Provavelmente quer pôr uma "cortina de fumaça" em cima disso."
O deputado é investigado pela suspeita de participar de esquema desvios de verba do BNDES. Ele é acusado de ter recebido propina de R$ 325 mil para intermediar empréstimo de R$ 124 milhões do banco de fomento para a Prefeitura de Praia Grande (litoral de SP). O pedetista nega as acusações e que haja um caráter político na greve.
Paulinho participou da passeata dos policiais anteontem e disse, no carro de som, que os policiais caminhassem até o Palácio dos Bandeirantes: "Não adianta ficar na praça. O cara que manda [Serra] está lá em cima. Devemos subir".
Serra participou de cerimônia que dá ao Centro Cultural da Juventude da Vila Nova Cachoeirinha (zona norte) o nome da antropóloga Ruth Cardoso, morta em junho. Estavam no evento o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
"Todos sabemos que policiais armados fazendo um movimento desse na frente do Palácio dos Bandeirantes não colaboram em nada para que se possa ter uma solução para o caso. Faço um apelo a todos os envolvidos, principalmente os coordenadores do movimento, para que tenham o bom senso", disse o prefeito de São Paulo.
(ROGÉRIO PAGNAN)


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