São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Paulinho afirma que vai pedir que Lula receba representantes dos policiais civis

TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, afirmou ontem que descarta o pedido de intervenção federal na greve, mas que vai tentar mediar um encontro entre o presidente Lula e os representantes dos sindicatos da Polícia Civil para discutir as reivindicações.
"Vamos apenas esclarecer os fatos para o presidente poder ficar informado e saber o que explicar [quando for perguntado sobre a paralisação]. Foi um conflito que virou manchete no mundo inteiro", diz, em referência ao confronto entre policiais civis e militares.
O encontro com Lula pode acontecer hoje, após um ato de apoio à candidatura de Marta Suplicy (PT), no qual o presidente estará presente.
A declaração de Paulinho foi feita ontem, durante uma reunião entre o sindicato dos policiais civis de São Paulo e seis centrais sindicais, entre elas a Força Sindical e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O deputado também negou um possível caráter político da greve, como apontado pelo governador José Serra (PSDB).
Segundo Paulinho, o ato de anteontem foi o segundo do qual ele participou, mas a Força Sindical apoiava os grevistas desde o início, por meio do empréstimo de carros de som.
Para o presidente do Sindicato dos Investigadores, João Batista Rebouças Neto, a culpa dos confrontos de anteontem foi de Serra, que "jogou uma polícia contra a outra".
Ele diz que eles pediam apenas para serem recebidos pelo governo, mas que em vez disso foram "humilhados". O ato, na avaliação do presidente do sindicato, ajudou a fortalecer o movimento grevista.

Centrais sindicais
Para o ministro do Trabalho Carlos Lupi, a "falta de habilidade" do governador José Serra (PSDB) para negociar com os servidores grevistas não pode servir como pretexto para "tentar politizar" o confronto entre manifestantes da tropa civil e a Polícia Militar.
De acordo com o ministro, a presença de líderes das centrais sindicais ou de sindicatos na manifestação era mais que natural e correta, pois as entidades estavam ali para defender os interesses dos trabalhadores que representam.
Presidente afastado do PDT, que apóia a candidatura petista de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo, Lupi não poupou o governador tucano.
No dia anterior, quando disse que o protesto tinha caráter eleitoral, Serra citou a participação das centrais sindicais, entre elas a Força Sindical, presidida por Paulinho.
Na Câmara, deputados oposicionistas estudam punições ao deputado, acusando-o de ter se envolvido demais na greve.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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