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Comandante-geral da PM apostou que chuva iria pôr fim ao protesto
DA REPORTAGEM LOCAL
Minutos antes do confronto
entre grevistas da Polícia Civil e
a Tropa de Choque da PM anteontem à tarde, nas ruas do
Morumbi (zona oeste de SP), o
governador José Serra (PSDB)
recebeu conselhos do comandante-geral da PM, coronel Roberto Antonio Diniz, e do delegado-geral da Polícia Civil, delegado Maurício José Lemos
Freire, para não receber nenhuma comissão de negociação, segundo apurou a Folha.
O coronel Diniz, de acordo
com policiais civis que auxiliavam o delegado-geral Freire,
disse a Serra que a previsão era
de chuva e que, por isso, os manifestantes deveriam ir embora
e o protesto seria encerrado.
Ainda segundo integrantes
da Polícia Civil, o comandante-geral da PM também repetia ao
governador Serra para que ele
não "cedesse facilmente", porque isso poderia ser visto como
um sinal de fraqueza nas negociações com os grevistas.
O comandante-geral da PM
também tentou tranqüilizar o
governador Serra dizendo a ele
que os manifestantes da Polícia
Civil poderiam tentar o que
quisessem, mas a Tropa de
Choque não iria permitir que
eles chegassem ao Palácio dos
Bandeirantes, sede do governo
paulista, de maneira alguma. A
frase despertou tensão no governador e no delegado-geral,
mas todos mantiveram a decisão de não receber os grevistas.
Desde a tarde de quinta-feira, logo após o conflito entre
policiais civis e militares, a Folha tenta entrevistar o coronel
Diniz, o delegado-geral Freire e
também o secretário da Segurança Pública da gestão de José
Serra, Ronaldo Marzagão, mas
nenhum deles atende aos vários pedidos de entrevista.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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