São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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No dia 29, policiais civis planejam parar em todo o país

CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

As federações dos policiais civis das regiões Centro-Oeste e Norte, Nordeste e Sul e Sudeste planejam uma paralisação das atividades dos policiais por 24 horas em todo o país no próximo dia 29, uma quarta-feira. Representantes das três federações entraram em contato ontem com a direção dos sindicatos estaduais para articular a mobilização.
Policiais civis de todo o país divulgaram notas em repúdio ao confronto entre policiais civis e militares em São Paulo. Sindicatos da categoria qualificaram o conflito como um "ato reprovável".
Sindicatos da categoria no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal, em Minas Gerais, em Goiás, no Rio de Janeiro e no Paraná confirmaram à Folha que foram contatados e vão acompanhar a orientação das federações.
"Esses atos [os confrontos] só servem para prejudicar aquilo que já é conturbado [a relação entre as polícias Militar e Civil] em todo o país. Só estimula muito mais o confronto do que a solução do problema. É tudo aquilo que a gente não quer ver", disse Divinato Ferreira, presidente da Federação Interestadual dos Policiais Civis das Regiões Centro-Oeste e Norte.

Regime militar
Em nota, as federações, que não são filiadas a centrais sindicais, afirmam que o conflito ressuscitou atos semelhantes aos do regime militar.
O texto também afirma que "o uso de força descabida, no intuito único de agredir trabalhadores, provocou uma das maiores manchas na segurança pública do país".

Comissão
Já a Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis) afirmou que não pretende paralisar suas atividades.
A entidade disse ter formado comissão com representantes de todas as regiões do Brasil para "observar e mediar" as negociações entre o governo de São Paulo e os policiais civis em greve.
"Vamos tentar fazer com que o governo reabra a negociação e reconheça a legitimidade da greve em São Paulo", disse Jânio Gandra, presidente da Cobrapol, que não é filiada a nenhuma central sindical.
A comissão deve chegar a São Paulo depois de amanhã.
"O salário dos policiais civis de São Paulo é um dos piores do país. Vai de encontro com a proporção da criminalidade existente no Estado", diz a nota da Cobrapol.


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