|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fábrica do interior faz 20 mil urnas por mês
da Equipe de Articulistas
A crise econômica não abala o
mercado da morte, segundo os
empresários Marcos Benedito Bignotto, dono fábrica de urnas funerárias Bignotto, a maior da América Latina, e Jayme José Adissi, presidente do Sindicato dos Cemitérios do Estado de São Paulo e dono
de dois cemitérios na cidade de
Guarulhos (Grande São Paulo).
A fábrica Bignotto, em Cordeirópolis, interior de São Paulo,
vende ao Serviço Funerário do
Município de São Paulo 50% dos
caixões comprados pelo órgão.
"Nossa produção é de 1.000 urnas por dia e 20 mil por mês", informou Marcos Bignotto à Folha
em sua fábrica.
Segundo ele, "a urna que mais
sai para São Paulo é a urna de indigente, a popular, feita com sobras
de madeira ou com madeira defeituosa, e revestimento de celulose,
uma espécie de papelão".
A urna de luxo, de madeira maciça, "tem um padrão e é vista como um carro", explica.
"Está sendo cada vez mais personalizada pelos planos funerários, com a logomarca do plano,
um crucifixo na de católicos, uma
Bíblia na de protestantes, como se
fosse uma grife, como nos carros", diz o empresário.
Bignotto contou que a madeira
utilizada nas urnas é o pinus e que
a fábrica tem floresta própria.
"Uma árvore adulta, de 15 anos,
já está pronta para fabricar sete urnas, mais a sobra de material para
ser usado na caldeira, como energia."
Bignotto acha que vender caixões é como vender qualquer outro produto.
"As pessoas acham que os empresários desse ramo se aproveitam da morte, mas não é isso. Eu
também estou na lista."
Para Jayme Adissi, investir no
setor não é tão tranquilo quanto se
imagina, "embora nesse mercado
não haja crise, porque morre gente todo dia", disse.
Segundo ele, o investimento inicial em um cemitério é de R$ 1 milhão, o retorno é a longo prazo,
cerca de 10 anos, e só vale a pena se
a cidade tiver pelo menos 300 mil
habitantes.
"A idéia do cemitério sempre é
vender antes, é a venda preventiva. O segredo é estimular a prevenção, por isso é mais rentável
vender planos de jazigos, planos
funerários", Adissi explicou.
(MF)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|